A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou o novo Boletim InfoGripe, revelando um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em diversas regiões do Brasil. Segundo a Fiocruz, essa tendência de crescimento é influenciada pela circulação de diversos vírus respiratórios, incluindo o Sars-CoV-2 (covid-19), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.
De acordo com o boletim, 24 estados apresentam indícios de crescimento de SRAG nos últimos seis meses. Entre eles estão:
- Alagoas,
- Amapá,
- Amazonas,
- Bahia,
- Ceará,
- Distrito Federal,
- Espírito Santo,
- Goiás,
- Maranhão,
- Mato Grosso do Sul,
- Minas Gerais,
- Pará,
- Paraíba,
- Paraná,
- Pernambuco,
- Piauí,
- Rio Grande do Norte,
- Rio Grande do Sul,
- Rio de Janeiro,
- Rondônia,
- Santa Catarina,
- Sergipe,
- São Paulo,
- Tocantins.
As capitais também estão sendo afetadas, com 20 delas apresentando sinal de crescimento nos casos de SRAG.
O estudo referente à Semana Epidemiológica (SE) 10, que compreende o período de 3 a 9 de março, destaca que os casos de SRAG por covid-19 têm aumentado principalmente nos estados do Centro-Sul. No entanto, em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, houve uma desaceleração do crescimento de SRAG em idosos nas últimas semanas. Já os casos de SRAG por influenza A (gripe) aumentaram em estados do Nordeste, Sudeste e Sul, em combinação com o aumento por covid-19 nessas regiões. Quanto às ocorrências associadas ao VSR, foi verificado crescimento em estados de todas as regiões brasileiras.
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, “o aumento recente no grupo de 5 a 14 anos pode estar relacionado ao rinovírus, à influenza e ao Sars-CoV-2 (covid-19). Entre os casos positivos deste ano, 10,1% são influenza A; 0,3% são influenza B; 12,7% são VSR; e 65,4% são Sars-CoV-2 (covid-19)”.
Em nível nacional, o cenário atual sugere uma expansão nas tendências tanto de longo prazo (últimas 6 semanas) como de curto prazo (últimas 3 semanas). No ano epidemiológico de 2024, já foram notificados 16.550 casos de SRAG, sendo que 40,1% apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.
Com relação aos óbitos, foram registrados este ano 1.218 casos, sendo que 59,5% apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Dos casos positivos, 5,2% são influenza A; 0,3% são influenza B; 1,2% são VSR; e 90,9% são Sars-CoV-2 (covid-19).
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, houve uma prevalência de 7,6% para influenza A; 0% para influenza B; 1,3% para VSR; e 89% para Sars-CoV-2 (covid-19). Esses dados reforçam a importância da vigilância e medidas preventivas para conter a propagação desses vírus respiratórios.