A 3ª Vara Federal de Sergipe suspendeu o acordo salarial firmado entre o governo federal e a Proifes, que representava os professores federais em greve. O pacto, anunciado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos na última segunda-feira (27), previa reajustes de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A decisão foi tomada após ação movida pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe, vinculada ao Andes, que contesta os termos do acordo.
Sindicato que representa professores federais acusa o governo Lula de golpe contra a categoria
Segundo o juiz Edmilson da Silva Pimenta, o acordo exclusivo com a Proifes pode prejudicar os direitos dos docentes representados por outras entidades. “O movimento poderá ser finalizado sem que tenham sido atendidos em suas demandas que ensejaram a deflagração da reportada greve”, explicou o juiz em sua decisão.
O Andes, que representa uma parcela significativa dos docentes, reivindica um reajuste salarial de 7,06% ainda em 2024, além de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. A entidade também pede a recomposição do orçamento das universidades federais, que tem diminuído nos últimos anos. Com a suspensão do acordo, o Andes planeja manter a greve e continuar pressionando o governo por melhores condições.
Os professores de 63 instituições federais, que já estão paralisados há 55 dias, decidiram em assembleias realizadas na última terça-feira (28) pela continuidade da greve. A Universidade Federal do Piauí (UFPI) aderiu recentemente ao movimento. Outras instituições em greve incluem a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entre outras.
Protestos
Uma nova manifestação está prevista para o dia 3 de junho em Brasília, com a participação de professores federais de diversas partes do país, que continuam a exigir reajustes salariais e melhores condições de trabalho.