O longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na corrida por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. A decisão foi anunciada após uma escolha unânime da comissão de seleção.
A produção, estrelada por Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello, é baseada na obra autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva e narra a trajetória de sua mãe, Eunice Paiva. A história gira em torno da busca incansável de Eunice pela verdade sobre o desaparecimento e morte de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. O filme aborda temas relacionados à memória, justiça e os horrores vividos por famílias de desaparecidos políticos.
Segundo Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção, a escolha foi motivada pela força emocional e histórica do filme. “Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”.
O filme concorria com outras cinco produções: Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.
“Ainda Estou Aqui” já conquistou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e foi exibido em eventos internacionais de prestígio, como os festivais de Toronto, San Sebastián e Nova York.
A história de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, tem recebido elogios da crítica especializada pela sensibilidade com que é contada.