Sete em cada 10 potiguares não têm acesso à rede de esgoto, aponta estudo - O POTI

Sete em cada 10 potiguares não têm acesso à rede de esgoto, aponta estudo

O estudo aponta que 49,3% da água tratada no estado se perde nas redes de distribuição. Foto: EBC.

De acordo com um levantamento realizado pela IFAT Brasil, em parceria com a Pezco Economics e a Resolux Company, 69,8% da população potiguar não têm acesso à rede de esgoto, enquanto 20,3% não são atendidos por rede de água potável.

O estudo aponta que 49,3% da água tratada no estado se perde nas redes de distribuição. Além disso, apenas 29,8% do esgoto gerado é tratado, embora o índice de tratamento do esgoto coletado seja mais elevado, alcançando 81,7%.

Outros dados incluem:

  • Pavimentação e meio-fio em áreas urbanas: 64,4%;
  • Cobertura de redes ou canais pluviais subterrâneos: 10,6%;
  • Coleta de resíduos domiciliares: 89,6%.

Essas informações foram compiladas com base em projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs), bancos modeladores e planos de expansão de concessionárias e operadores do setor.

Investimentos no setor de saneamento

Em âmbito nacional, a pesquisa estima que R$ 387 bilhões serão investidos em água e esgoto até 2040. O gerente da IFAT Brasil, Renan Andreguetto, afirmou que “desde a sanção do marco regulatório, em 2020, o Brasil recebeu o triplo do total investido nas três décadas anteriores em apenas quatro anos”. Ele também destacou que os avanços promovem “crescimento tecnológico, especialmente com o uso de tecnologias mecanizadas para aumentar a eficiência dos serviços”.

Os recursos previstos para os próximos três anos incluem cerca de R$ 25 bilhões anuais, destinados a projetos em estudo, consultas públicas e concessões. Do total de R$ 387 bilhões:

  • 42% serão direcionados para expansão e investimentos das operadoras;
  • 35% já estão contratados em concessões e PPPs;
  • 21% estão em estudo e modelagem;
  • 2% estão em fase inicial de consulta pública.

Distribuição regional dos recursos

A maior parte dos investimentos será direcionada às regiões Sudeste (41%) e Nordeste (37%). O Sul receberá 12% dos recursos, enquanto Centro-Oeste e Norte contarão com 6% e 4%, respectivamente. A distribuição desigual reflete fatores como densidade populacional e governança regulatória.

O levantamento aponta que, mesmo com mais habitantes que o Centro-Oeste, a região Norte tem uma taxa de crescimento populacional menor (0,75% contra 1,23%), influenciando o menor volume de projetos previstos.

Desde o Marco Regulatório do Saneamento, em 2020, o setor registrou avanços importantes. Entre 2015 e 2024, o mercado de debêntures incentivadas cresceu 50%, totalizando R$ 42 bilhões em emissões. Além disso, o número de empresas privadas no setor subiu para 267, representando 5% do total de prestadores.

A regionalização do saneamento já abrange 23 estados, com exceção de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amapá, que operam com modelagens anteriores aos decretos regulamentadores.

Ministério Público do RN e Prefeitura de Natal entram em embate sobre esgoto na praia de Areia Preta