
A autora potiguar Vanessa Augusta apresenta, no próxima quinta-feira (9), a partir das 19h, seu livro de estreia na ficção, intitulado “Eu sou o animal da minha mãe”. O lançamento ocorrerá no Mahalila Café e Livros e terá como atração um bate-papo com a escritora Regina Azevedo.
A obra explora a economia do cuidado, destacando as consequências sociais, financeiras e emocionais enfrentadas por mulheres dedicadas a cuidar de outras pessoas. A narrativa acompanha a infância da protagonista A. e o momento atual em que ela assume o cuidado da mãe idosa, invertendo os papéis tradicionais entre mãe e filha.
Vanessa utiliza a metáfora da animalidade para expressar sentimentos complexos. “A criança se percebe mais como um animal de estimação da mãe do que como filha”, explica a autora, que exemplifica com uma cena em que, obedecendo à mãe, percebe que “ela vai sacolejando o rabo”. “Isso dá a ideia de um cachorro submisso que, mesmo maltratado, permanece fiel ao dono”, acrescenta.
Além disso, a narradora compara suas animalidades às dos pais, definindo-as como “incompatíveis e incomunicáveis”, como se não conseguisse compreender a “língua deles”.
Sobre a inspiração para o livro, Vanessa ressalta: “Meu desejo era fugir da ideia de maternidade convencional, aquela que santifica a mãe. Eu sempre quis fugir desse lugar. E quando as mães não amam? E quando as mães não estão preparadas para serem mães? E quando a mãe não cuida?”.
Ela também comenta a ambivalência da obra: “Acredito que essa história é bastante ambivalente, porque ressalta as faltas que existem nessa relação, ao mesmo tempo que a filha idealiza como seria ter uma mãe que a amasse. Ou, pelo menos, que a amasse como ela gostaria de ser amada”.
A força do livro reside na ausência de respostas fáceis, na crueza e na poesia da narrativa. Apesar de abordar um tema doloroso, a obra contém momentos de beleza e uma inocência infantil que adiciona um toque de mistério ao olhar sobre a vida.
O lançamento do livro conta com o patrocínio da Fundação José Augusto, da Secretaria Extraordinária de Cultura do Governo do Rio Grande do Norte, da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
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