Jair Bolsonaro foi hospitalizado na manhã de hoje (23), em São Paulo, para realizar uma nova série de exames de rotina. A previsão é que o ex-presidente receba alta nesta quinta-feira (24).
A internação vem logo após Bolsonaro ter sido intimado a depor em dois processos diferentes movidos pela Polícia Federal (PF). O primeiro é referente a mensagens encontradas nos celulares de empresários acusados de envolvimento em ações anti-democráticas. Segundo a PF, oito empresários tinham um esquema de disparo de notícias falsas sobre as eleições, urnas eletrônicas e Covid-19, além de ataques ao Supremo Tribunal Federal. O relator do caso, Ministro Alexandre de Moraes, arquivou o caso de seis deles, mas manteve as investigações sobre Luciano Hang, dono das lojas Havan e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.
No celular do empresário Meyer Joseph Nigri, fundador da construtora Tecnisa, a polícia encontrou contato chamado “PR Bolsonaro 8”, que enviou mensagens com ataques e informações falsas e pediu que elas fossem disseminadas ao máximo. A suspeita é de que o ex-presidente seja o remetente. Segundo Bolsonaro, ele não foi o responsável pelos envios.
O outro depoimento é referente ao caso das jóias e relógios de luxo recebidas como presentes por Bolsonaro enquanto presidente da república. Segundo a PF, existia um esquema ilegal de venda dos objetos, que por lei, deviam ser incorporados ao acervo da presidência como um presente à União.
Suspeito de envolvimento no caso, Bolsonaro deve depor à PF, ao mesmo tempo que outros acusados e suspeitos:
Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, citada em conversas relacionadas às joias.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e principal suspeito de vender as joias ilegalmente.
Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid e general da reserva, acusado de colaborar com o filho na venda ilegal das joias nos Estados Unidos.
Frederick Wassef, Advogado do ex-presidente, acusado de ter feito o trabalho de recuperar as jóias vendidas com o surgimento das acusações.
Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro.
Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
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