
As intensas precipitações que têm afetado Natal nos últimos dias elevam a preocupação com a leptospirose, uma infecção potencialmente grave. Transmitida pelo contato com água contaminada por urina de roedores, a doença é tratável, mas é crucial que os sinais sejam identificados precocemente para garantir um atendimento adequado.
A leptospirose é provocada pela bactéria Leptospira, que se encontra na urina de animais infectados, como os ratos. Durante o período chuvoso, os dejetos desses roedores podem se misturar à água das enchentes, tornando-a um vetor de contaminação. “Pessoas que entrarem em contato com essa água estão em risco, especialmente aquelas que possuem arranhões ou feridas, pois as leptospiras podem entrar no organismo através da pele”, alertou um especialista em saúde pública.
Os sintomas iniciais da infecção são semelhantes aos de outras doenças virais, incluindo gripe e dengue. Entre os sinais mais comuns estão febre, dores de cabeça, dores musculares (notavelmente nas panturrilhas), falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia e tosse. Em casos mais severos, podem surgir icterícias, que se caracterizam pela coloração amarelada da pele e dos olhos, além de potenciais complicações que podem levar ao óbito. Por isso, a detecção e o tratamento precoces são fundamentais.
Para prevenir a leptospirose, é essencial evitar o contato com água ou lama de enchentes. “As crianças, em especial, devem ser mantidas longe dessas águas”, recomenda o especialista. A desinfecção de áreas e objetos afetados por alagamentos pode ser feita utilizando uma solução de um copo de água sanitária em 20 litros de água. Durante esse processo, é necessário usar luvas ou sacolas plásticas para proteger as mãos e os pés do contato com a água contaminada.
Além disso, medidas de controle de roedores, como a correta disposição do lixo e o armazenamento seguro de alimentos, são essenciais para minimizar a presença de ratos nas áreas urbanas. Caso alguém apresente sintomas de leptospirose após contato com águas de enchente ou esgoto, é fundamental procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as melhores estratégias para evitar complicações graves. A automedicação não é recomendada, pois pode piorar a situação.