A indústria da cerâmica vermelha, um dos pilares econômicos do interior do Estado do Rio Grande do Norte, está enfrentando dificuldades em seu processo produtivo devido às fortes chuvas que têm atingido várias cidades polos produtores, como o Vale do Açu, Parelhas e a região da Grande Natal.
Vinícius Aragão, presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica Vermelha para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN), explicou que o setor está lidando com um inverno mais rigoroso, o que tem impactado negativamente a produção. “Isso tudo combinado com o aumento da demanda, principalmente no segmento de habitações mais populares, como Minha Casa, Minha Vida”, acrescentou.
Segundo Aragão, essa sazonalidade é comum no setor, mas interfere no atendimento aos clientes, já que as chuvas podem prejudicar o processo de secagem e fabricação, levando a uma menor produção para atender à demanda, especialmente em um momento de alta procura devido a projetos sociais de habitação.
A indústria de cerâmica vermelha no Brasil é um setor importante, composto por 5.578 empresas, com uma produção anual de 2.261.565.000 telhas e 5.896.037.000 blocos, além de 470.550 toneladas de outros acessórios cerâmicos. No país, esse setor é responsável por mais de 90% das alvenarias e coberturas construídas, gerando mais de 300 mil empregos diretos e 900 mil indiretos, representando 4,8% da construção civil.
No Nordeste, que concentra 1.003 empresas, o Rio Grande do Norte é um dos principais estados produtores de cerâmica vermelha, juntamente com Ceará, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Piauí. Segundo dados da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), o estado potiguar abriga 159 empresas produtoras de cerâmica vermelha, distribuídas em 39 municípios.