
A corrida de rua tem atraído iniciantes que buscam melhorar a saúde, vencer desafios pessoais ou adotar um novo estilo de vida. Mas começar sem orientação pode resultar em dores, desconfortos e até lesões. Para garantir uma prática segura, profissionais recomendam adaptação progressiva, musculação e acompanhamento técnico.
Segundo o educador físico André Fernandes, da Bodytech Tirol, em Natal, a corrida oferece ganhos importantes como melhora do condicionamento físico e cardiorrespiratório, além de influenciar positivamente a concentração e a composição corporal. No entanto, ele alerta: “O corpo do iniciante não está acostumado com os impactos da atividade, tornando essencial um período de adaptação”.
Fernandes sugere um planejamento gradual:
- Primeiras semanas (15 a 30 dias): duas sessões por semana, entre 15 e 20 minutos
- Pausa entre treinos: de 48 a 72 horas
- Fase seguinte: aumento da frequência para três vezes por semana, com corridas de até 30 minutos
O especialista destaca ainda que o risco mais comum para quem começa são as dores musculares e articulares, consequência da falta de hábito. A melhor forma de prevenir é investir no fortalecimento muscular. “A musculação é essencial para quem corre. Ela fortalece músculos e articulações, reduzindo o impacto da corrida e prevenindo lesões”, afirma.
A aluna Valentina Monte, 50 anos, confirma a importância dessa combinação. Ela começou a correr aos 40 e precisou lidar com algumas lesões no início. Hoje, mantém uma rotina equilibrada: “Treino três vezes por semana corrida e duas vezes musculação. Além disso, faço pelo menos 10 minutos de exercícios de mobilidade. Isso faz toda a diferença”, relata.
Outro cuidado recomendado é o aquecimento. Fernandes orienta que se inicie com caminhada, evoluindo para um trote leve e só então aumentando o ritmo. Quanto ao alongamento, o tema ainda é debatido por especialistas, mas muitos praticantes relatam sensação de bem-estar. “A sensação de bem-estar é unânime entre aqueles que praticam alongamentos antes ou depois da corrida”, observa o profissional.
Além do preparo físico, o acompanhamento profissional é um diferencial para quem busca progresso e segurança. “O profissional de educação física nos ajuda a progredir de forma correta, evitando lesões e incentivando sempre”, diz Valentina, que também encontra motivação extra nas provas de corrida. “Cada nova corrida traz um ânimo diferente e nos impulsiona a melhorar”.
A advogada Daniela Moreira é um exemplo de quem começou por acaso e se apaixonou. “Eu fui ‘obrigada’ a correr, mas acabei me viciando. Comecei nas aulas indoor e hoje adoro. Ainda não corro na rua por medo de me machucar, mas minha rotina inclui corrida três vezes por semana”, compartilha.
Valentina também se inspira na história de um amigo que superou a obesidade e completou maratonas. Para quem quer começar, mas sente insegurança, ela aconselha: “Persistência é a chave. No começo, pode ser desconfortável, mas com constância e orientação profissional, tudo melhora e vale a pena”.
Já Daniela destaca o lado social da atividade. “Criamos uma turma, treinamos no mesmo horário e isso torna tudo mais prazeroso. A interação e o compromisso com os amigos ajudam a manter a constância”.