A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que o endividamento das famílias brasileiras aumentou no último mês de março. Segundo os dados divulgados, 78,1% das famílias afirmaram possuir dívidas a vencer, o que representa um acréscimo de 0,2 ponto percentual (p.p.) em comparação com o mês anterior.
A pesquisa também apontou um aumento no número de consumidores classificados como “muito endividados”, interrompendo uma tendência de queda observada nos últimos quatro meses. Em contrapartida, houve um crescimento ainda maior no número de famílias consideradas “pouco endividadas”.
Além disso, o levantamento indicou um aumento na proporção de famílias com dívidas atrasadas, que atingiu 28,6% em março. No entanto, esse número permanece abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.
Izis Ferreira, economista da CNC, explica que o aumento da inadimplência também está relacionado ao crescimento do percentual de famílias que declaram não ter condições de quitar suas dívidas atrasadas, especialmente entre os grupos de menor renda.
O grupo de famílias de baixa renda, com até 3 salários mínimos, foi o principal responsável pelo aumento do endividamento no mês, enquanto outros grupos apresentaram redução ou estabilidade.
Em relação ao perfil das dívidas, o cartão de crédito figura como a principal forma de endividamento, representando 86,9% do total. Em seguida, aparecem o crédito pessoal e os financiamentos imobiliário e de veículos.