
A proporção de famílias com dívidas em Natal apresentou leve queda em abril de 2025, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com o levantamento, 86,2% dos lares natalenses relataram ter algum tipo de dívida, uma redução de 2,1 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar do recuo, o número ainda supera a média nacional, que ficou em 77,6%.
A pesquisa também apontou melhora significativa na inadimplência: o índice de famílias com contas em atraso passou de 55,9% para 36,4% em um ano. No entanto, esse número ainda está acima da média nacional, que é de 29,1%. O tempo médio de atraso no pagamento das dívidas ficou em 42 dias, e 44,3% dos inadimplentes estão com pendências vencidas entre 30 e 90 dias.
O cartão de crédito continua sendo o principal fator de endividamento, citado por 80,6% das famílias — acima da média entre as capitais do Nordeste. Outros motivos incluem carnês (19,2%), cheque especial (10%), financiamento de imóvel (8%) e crédito consignado (7,6%). Famílias com renda de até 10 salários-mínimos demonstram maior vulnerabilidade, evidenciando a desigualdade no acesso e gestão do crédito.
Mesmo com os altos índices, o levantamento aponta um dado positivo: apenas 1,8% das famílias declararam não ter condições de quitar suas dívidas, o menor percentual para o mês de abril desde 2010, e bem abaixo da média nacional, que está em 12,4%. Ainda assim, 42% das famílias comprometem mais da metade da renda com dívidas, o que limita a capacidade de consumo e de formação de poupança.
Para Marcelo Queiroz, presidente do Sistema Fecomércio RN, o cenário inspira cautela, mas também revela avanços importantes. “Ainda que o nível de endividamento se mantenha elevado, a expressiva redução da inadimplência em Natal reflete a resiliência das famílias diante de custos de crédito elevados e inflação persistente. Esses números demonstram que, com educação financeira e políticas de renegociação, podemos avançar rumo a um cenário mais sustentável para o consumo local”, avaliou.
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