A expectativa de vida ao nascer no Brasil em 2023 atingiu 76,4 anos, um aumento de 11,3 meses em relação ao ano anterior, segundo a Tábua de Mortalidade divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (29). A recuperação reflete o fim do impacto da pandemia de Covid-19 na mortalidade, com índices que superam os registrados antes da crise sanitária.
Para os homens, a expectativa passou de 72,1 anos em 2022 para 73,1 anos em 2023, enquanto para as mulheres o aumento foi de 78,8 para 79,7 anos. Em comparação a 1940, quando a média era de 45,5 anos, houve um acréscimo de 30,9 anos na expectativa de vida no país.
Redução expressiva da mortalidade infantil
Em 2023, houve 12,5 óbitos para cada mil nascimentos, uma redução de 91,5% em relação a 1940, quando a taxa era de 146,6. Já a mortalidade na infância (crianças menores de cinco anos) caiu 93,1% no mesmo período, passando de 212,1 para 14,7 por mil nascidos vivos.
Segundo o levantamento, 85% dos óbitos na infância concentram-se no primeiro ano de vida. A melhoria é atribuída ao avanço na assistência neonatal e nas políticas de saúde pública.
Sobremortalidade masculina
Os dados apontam ainda que jovens homens enfrentam maior risco de mortalidade em relação às mulheres. Na faixa etária de 20 a 24 anos, as chances de um homem não atingir os 25 anos são 4,1 vezes maiores que as de uma mulher, devido à maior exposição a causas externas, como violência e acidentes.
Esse fenômeno, segundo o IBGE, intensificou-se a partir dos anos 1980, quando o Brasil se tornou majoritariamente urbano, ampliando os fatores de risco para a população masculina.
Longevidade em alta
A pesquisa também revela o aumento na expectativa de vida de idosos. Em 2023, uma pessoa com 60 anos poderia viver, em média, mais 22,5 anos, quase uma década a mais do que em 1940. Aos 80 anos, a expectativa subiu para 8,9 anos, contra 4,3 anos registrados no início da série histórica.
A longevidade feminina continua superior à masculina, com diferenças que se acentuaram ao longo dos anos. Em 1940, as mulheres viviam em média 5,4 anos a mais que os homens, enquanto em 2023 essa diferença caiu para 6,6 anos.