O ex-governador e ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB) sugeriu que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira (PSDB), pode ser candidato ao governo estadual em 2026. A possibilidade foi mencionada por Garibaldi durante entrevista concedida na terça-feira (8), em que analisou os próximos passos do MDB e do vice-governador Walter Alves.
De acordo com Garibaldi, uma eventual aliança entre Walter Alves e Ezequiel Ferreira poderá resultar na candidatura de Ezequiel ao Governo. “No momento, o que eu acredito é que essa aliança deles dois venha a se concretizar. Mas se for concretizada, seria com a candidatura de Ezequiel. Ezequiel candidato a governador”, declarou o ex-senador.
Garibaldi chegou a cogitar a hipótese de Ezequiel assumir o comando do Executivo em 2026, caso haja a renúncia da governadora Fátima Bezerra (PT) para disputar o Senado e de Walter Alves, impedindo-o de assumir o cargo. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) alterou esse cenário. Em março, o STF definiu que, no caso de vacância simultânea de governador e vice no último ano de mandato, o cargo deve ser preenchido por nova eleição, e não mais pelo presidente da Assembleia.
Walter Alves, por sua vez, já teria tomado a decisão de não disputar o Governo do Estado, mesmo que assuma o Executivo temporariamente. “Já é uma decisão dele, e eu acredito que ele não vai voltar atrás. Ele está muito convencido de que essa é a melhor decisão, a que atende aos interesses dele e do partido”, disse Garibaldi.
Segundo o ex-senador, nem mesmo um pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita ao RN foi suficiente para mudar a posição de Walter. Com isso, o MDB deve concentrar esforços em formar uma chapa competitiva para a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal.
Garibaldi explicou:
“Nós fomos vítimas de uma nominata na última eleição. Eu tive uma votação expressiva e, por falta de quociente eleitoral, fiquei de fora, enquanto outros, com menos votos, se elegeram por outras legendas. Nós não queremos ser vítimas disso novamente”.
Sobre a aliança entre MDB e PT, Garibaldi avaliou que o diálogo entre os partidos permanece sólido. “Eu estou otimista quanto à possibilidade dessa aliança se consolidar no próximo ano”, afirmou.
Mesmo fora do centro das decisões, Garibaldi confirmou que continua atuando nos bastidores, acompanhando a movimentação política e prestando apoio ao filho. A possível candidatura de Ezequiel, no entanto, ainda não se confirma como projeto articulado pelo próprio presidente da Assembleia, cujos movimentos têm se concentrado na formação de uma nominata para deputado federal.
