
Após quase uma década sem edições, o Rio Grande do Norte voltou a sediar a Conferência Estadual de Direitos Humanos. A 8ª CoeDH/RN foi aberta nesta terça-feira (7), no auditório do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), com a presença da governadora Fátima Bezerra e diversas autoridades. O evento marca a retomada de um espaço democrático essencial para a escuta da sociedade e a construção de políticas públicas voltadas à garantia de direitos e à justiça social.
A conferência foi convocada pela Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh), em conjunto com o Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Coedhuci/RN). A edição integra a programação preparatória para a 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, prevista para dezembro, em Brasília (DF).
Durante a solenidade de abertura, Fátima Bezerra destacou o simbolismo da retomada do encontro e reforçou o papel do Estado na promoção da dignidade humana.
“Hoje, ao retomar essa conferência, nós reafirmamos algo muito simples e muito poderoso: nenhum governo é verdadeiramente democrático se não escutar o seu povo. E nenhum Estado é verdadeiramente humano se não se comprometer, todos os dias, com a defesa da vida, da liberdade e da justiça social”, afirmou a governadora.
O tema desta edição — “Por um sistema estadual de direitos humanos: consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos para todas as pessoas” — orienta as discussões e também representa um chamado à mobilização.
“O tema que nos reúne é mais do que um lema. É um chamado à ação, à unidade e à resistência. Sabemos que vivemos tempos difíceis, de polarização, de intolerância, de ataques às instituições e à própria ideia de direitos humanos. Mas também sabemos que, em cada canto do nosso estado, há pessoas que não desistiram, que continuam acreditando que é possível construir um Rio Grande do Norte onde ninguém seja deixado para trás”, declarou Fátima.
A secretária estadual Júlia Arruda, titular da Semjidh, ressaltou que a conferência simboliza a reativação de um canal essencial de escuta e participação popular. “Este é um marco simbólico da retomada, da escuta social e do fortalecimento da política pública dos direitos humanos baseado na participação e na diversidade. O tema que nos orienta reflete o desafio da urgência do nosso tempo e é verdadeiro chamado para resistir às tentativas de invisibilizar direitos e de enfraquecer as nossas conquistas”, destacou.
As atividades da 8ª CoeDH/RN estão divididas em seis eixos temáticos, abrangendo temas como enfrentamento à violência e à discriminação, justiça climática, políticas de memória, participação social e fortalecimento institucional. A estrutura da conferência incluiu etapas preparatórias regionais e municipais, realizadas em mais de 20 cidades potiguares, com a eleição de delegados e consolidação de propostas para a etapa estadual. O encontro conta com participação paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil, com ênfase na diversidade de gênero, raça e grupos historicamente excluídos.
Além de seu caráter político, o evento presta homenagem à psicóloga Daniela Bezerra Rodrigues, reconhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos no estado. A conferência deste ano leva seu nome como forma de homenagear sua trajetória de militância e luta social.
A cerimônia de abertura contou ainda com a presença de secretários estaduais como Iris Oliveira (Assistência Social), Alexandre Motta (Saúde), Coronel Araújo (Segurança), Mary Land Brito (Cultura) e Luciano Santos (Assuntos Federativos), além da secretária nacional de Direitos Humanos, Élida Lauris, e demais autoridades locais.
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