Governo federal oferece reajuste progressivo de 29,6% para técnicos da educação - O POTI

Governo federal oferece reajuste progressivo de 29,6% para técnicos da educação

A greve, que teve início em abril para os professores e em março para os técnicos, já afeta mais de 560 unidades de ensino em 26 estados

Reajuste médio em quatro anos vai a 29,6%; progressão também aumenta. Foto: EBC.

O governo federal apresentou uma nova contraproposta aos servidores técnicos administrativos da educação (TAEs) durante reunião com sindicatos da categoria realizada em Brasília nesta terça-feira (11). A proposta inclui um reajuste médio de 29,6% ao longo de quatro anos, contando com o reajuste geral de 9% já concedido a todos os servidores federais no ano passado, além de uma progressão de 4% a partir de 2026. Dependendo da classe e do nível na carreira, o reajuste final varia entre 25% e 44%.

Além disso, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) ressaltou os aumentos nos benefícios dos TAEs, que incluem um reajuste de 118% no auxílio-alimentação, elevando-o para R$ 1.000, e aumentos de 51% nos auxílios saúde e creche.

“A proposta fez um reajuste dos padrões, ou seja, dos chamados steps, que é a evolução na carreira, do início ao final, de 3,9% para 4% em 2025, e de 4% em 2025 para 4,1% em 2026”, afirmou José Lopes Feijóo, secretário de Relações de Trabalho do MGI.

A proposta também atende a demandas como a aceleração da progressão na carreira, que reduzirá o tempo para alcançar o topo de 22 anos e meio para 15 anos. Além disso, foi anunciada a criação de um grupo de trabalho conjunto para monitorar a implementação de medidas não remuneratórias.

A reunião contou com a participação do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Sindical). Os sindicatos levarão a proposta às assembleias para apreciação.

A greve, que teve início em abril para os professores e em março para os técnicos, já afeta mais de 560 unidades de ensino em 26 estados. Os servidores pedem, entre outras medidas, a recomposição dos salários ainda este ano, demanda que ainda não foi atendida pelo governo.

Na segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a duração prolongada da greve. Em resposta, os sindicatos destacaram que a decisão de continuar ou encerrar a greve caberá às bases.

Recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego concedeu o registro sindical à Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), decisão que gerou controvérsia e foi criticada pelo Sinasefe. A decisão judicial de Sergipe que anulou o acordo entre o governo federal e a Proifes também contribuiu para as divergências dentro das categorias de docentes e servidores.

Em um esforço para encerrar a greve, o governo federal destinou R$ 5,5 bilhões para investimentos em universidades, com o objetivo de concluir mais de 200 obras e construir 10 novos campi. No entanto, os servidores continuam reivindicando aumentos salariais, apontando que os salários não são reajustados desde 2016, período durante o qual a inflação acumulada chegou a 54%.