Governo reafirma fim de negociação sobre reajuste para docentes - O POTI

Governo reafirma fim de negociação sobre reajuste para docentes

Desde o dia 15 de abril, professores e servidores de cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais estão em greve. Foto: Governo Federal.

Na tarde desta segunda-feira (3), representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) se reuniram com o governo federal em Brasília para discutir a retomada das negociações sobre o reajuste salarial.

O encontro ocorreu após uma semana de tensões, quando a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), sem a aprovação das outras principais entidades representativas. A decisão foi anulada por uma liminar do juiz Edmilson da Silva Pimenta, da 3ª Vara Federal de Sergipe, que considerou o acordo inválido.

Desde o dia 15 de abril, professores e servidores de cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais estão em greve. O movimento abrange 562 unidades de ensino em 26 estados, com as categorias pedindo, entre outras reivindicações, uma recomposição salarial de 4,5% ainda em 2024. O governo federal, por sua vez, ofereceu aumentos entre 13,3% e 31% a partir de 2025, com os menores salários recebendo os maiores reajustes.

A negociação salarial com os docentes foi encerrada com o acordo assinado na semana passada, mas o governo permanece aberto ao diálogo sobre pautas não-salariais em outras instâncias“, informou a assessoria do MGI.

O presidente do Andes-SN, Gustavo Seferian, avaliou o encontro como positivo, ressaltando a presença das deputadas Dandara (PT-MG) e Fernanda Melchiona (PSOL-RS), que se comprometeram a lutar por um projeto de crédito extraordinário para viabilizar o reajuste ainda em 2024.

Muito embora o governo tenha se mostrado disposto a seguir negociando, não indicou uma data para responder às contrapropostas das categorias e às sugestões das deputadas, nem apresentou data de negociação com os técnicos administrativos“, disse Seferian.

Após duas horas de ocupação da sala de reuniões, os líderes grevistas conseguiram o agendamento de novas reuniões: uma com os professores no dia 14 de junho e outra com os técnicos administrativos no dia 11 de junho. O MGI confirmou as datas, mas reforçou que as discussões não envolverão pautas remuneratórias.

No ano passado, todos os servidores federais receberam um reajuste linear de 9%, enquanto categorias específicas, como a Polícia Federal, obtiveram aumentos e reestruturação de carreiras que entrarão em vigor este ano.

O governo deixou claro que o reajuste salarial para este ano não é uma questão política, mas econômica. Solicitamos então que apresentem um projeto de crédito extraordinário“, afirmou David Lobão, coordenador-geral do Sinasefe, em uma transmissão nas redes sociais.

Pela manhã, representantes do Andes-SN, Sinasefe e Fasubra criticaram a legitimidade do Proifes para negociar com o governo. Gustavo Seferian, do Andes-SN, chamou a Proifes de “entidade fantasma sem legitimidade para participar da negociação”. Representantes da Fasubra e do Sinasefe também expressaram indignação com o acordo, considerando-o um desrespeito aos trabalhadores da educação.

É inadmissível que o governo, pelo qual lutamos tanto para eleger, nos trate com tanto descaso“, disse Grazielle Felício, do Sinasefe, apontando a falta de respostas efetivas após meses de negociação.

https://opoti.com.br/greve-das-federais-proifes-lanca-carta-aberta-apos-suspensao-de-acordo-com-o-governo/