
O grupo que se tornou um símbolo de resistência e justiça para aquelas que enfrentam violência e opressão, estima ter mais de 250 mil integrantes. Fundado em 2006 por Sampat Pal Devi na região de Bundelkhand, em Uttar Pradesh, considerada uma das áreas mais pobres da Índia, o grupo surgiu em resposta ao elevado número de abusos e à impunidade que as mulheres enfrentam na área.
A região enfrenta desafios significativos, como a escassez de água, a falta de infraestrutura adequada, altos índices de desemprego e pobreza, além de problemas sociais como o analfabetismo e a desigualdade de gênero. Esses fatores contribuem para a vulnerabilidade das comunidades locais, especialmente das mulheres, que muitas vezes enfrentam violência e discriminação
Vestindo saris cor-de-rosa, as ‘vigilantes’ se reúnem para punir homens que cometem atos de violência, como estupro e agressão doméstica, frequentemente utilizando bastões de madeira para confrontá-los.
Composto principalmente por mulheres de comunidades rurais e de castas mais baixas, o grupo lida com a falta de apoio das autoridades e da sociedade. Além de buscar justiça para as vítimas, a Gulabi Gang também se envolve em causas sociais, como o combate ao casamento infantil, a defesa dos direitos das mulheres e a luta contra a corrupção. Suas ações diretas, embora polêmicas, atraíram a atenção da mídia internacional e trouxeram visibilidade a problemas sociais que foram ignorados por décadas.
Apesar das críticas sobre o uso da violência como forma de justiça, a Gulabi Gang conquistou o respeito de muitas mulheres indianas, que as veem como um símbolo de força e esperança sobre, um dia, conquistarem a igualdade de gênero e o respeito da sociedade como um todo.
Documentários expõem força das revolucionárias
Um dos filmes que abordam a autodefesa e luta pela justiça, é o Gulabi Gang (2012), uma coprodução entre Noruega, Índia e Dinamarca, ele foi escrito e dirigido por Nishtha Jain, com a colaboração de Torstein Grude na produção. Lançado na Índia em 21 de fevereiro de 2014, o documentário não só destaca as dificuldades enfrentadas por essas mulheres, mas também celebra sua coragem e determinação em lutar por seus direitos e pela igualdade; há também o Pink Saris (2010), dirigido por Kim Longinotto, o documentário traz a perspectiva da líder do grupo, Sampat Pal Devi, abordando sua própria forma de justiça às ruas de Uttar Pradesh, na Índia, combatendo a violência contra as mulheres. O documentário Pink Saris foi indicado ao prêmio BAFTA em 2011, na categoria Best Single Documentary.