O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tomou uma atitude firme contra Michele Dias Abreu, uma empresária e influenciadora digital de 43 anos, residente em Governador Valadares. Ela foi denunciada por intolerância religiosa após vincular as recentes enchentes no Rio Grande do Sul às práticas religiosas de matriz africana. As declarações foram feitas em um vídeo que alcançou três milhões de visualizações e foi amplamente compartilhado, impactando negativamente mais de 540 mil pessoas afetadas pelos desastres naturais.
“O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido a ira de Deus. As pessoas estão brincando […] misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém”, disse Michele Dias na publicação.
No vídeo divulgado em 5 de maio, Michele atribuiu as severas condições climáticas à “ira de Deus”, provocada pelas práticas religiosas que ela descriminou. Essa afirmação levou o MPMG a acusá-la de induzir seus quase 32 mil seguidores à discriminação e ao preconceito contra as religiões de matriz africana. A promotoria exigiu medidas restritivas contra Michele, incluindo a proibição de deixar o país sem autorização judicial e de realizar novas publicações sobre o tema.
A repercussão das declarações da influenciadora foi tão negativa que ela optou por restringir o acesso a suas redes sociais.
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