MPF pede urgência na demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Norte - O POTI

MPF pede urgência na demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Norte

Processo está parado há mais de uma década, mesmo após os indígenas do Tapará se manifestarem publicamente a favor da demarcação. Foto: APIB.

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação civil pública para acelerar o processo de demarcação de terras indígenas reivindicadas pelo povo Tapuia no Rio Grande do Norte. A reserva indígena Lagoa do Tapará, localizada entre os municípios de Macaíba e São Gonçalo do Amarante, está no centro dessa disputa há mais de uma década.

De acordo com informações da Funai, a demora no processo se deve à falta de recursos pessoais e financeiros. O MPF argumenta que essa lentidão viola direitos fundamentais dos indígenas, como o princípio da duração razoável do processo e da boa-fé objetiva.

Para resolver a questão, o MPF solicitou à União e à Funai a apresentação, em até 30 dias, de um plano emergencial de contingência com duração de 12 meses ou até a resolução definitiva do impasse. Esse plano deve destinar recursos suficientes para viabilizar trabalhos de campo, contratação de serviços terceirizados e outras atividades necessárias para o avanço da demarcação.

A procuradoria da República lembrou que o processo teve início em 2013 e até o momento não houve progresso significativo. Desde então, os indígenas do Tapará enfrentam dificuldades, como a falta de água e a escavação de poços por parte de condomínios privados na área reivindicada.

Diante desses problemas, os indígenas foram obrigados a deixar suas terras originais para se estabelecerem nas proximidades da Lagoa do Tapará.