
Entre os dias 31 de julho e 13 de agosto, o artista mineiro René Loui, radicado no Rio Grande do Norte e cofundador do Coletivo CIDA, participa de uma residência artística em Paris para iniciar o processo criativo do espetáculo “Vigil Torporosa – As danças que não dancei para minha mãe”. A ação integra o Programa Funarte Brasil Conexões Internacionais, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura, e compõe a programação do Ano Cultural Brasil-França 2025.
A obra nasce de uma vivência pessoal: o luto recente do artista pela perda da mãe. O espetáculo, no entanto, não busca apenas representar essa dor, mas habitar o luto como gesto artístico, a partir de uma abordagem sensível, ética e política. O título vem de um termo médico — “vigil torporosa” — presente no prontuário da mãe, que descreve um estado entre consciência e inconsciência, e serve como ponto de partida para refletir sobre presença, ausência e memória.
“Vigil Torporosa” marca o retorno de René ao tema do luto dez anos após o solo coreográfico Etéreo, também criado em uma residência internacional. Agora, o artista se aprofunda na investigação cênica com uma linguagem híbrida que mistura dança, performance autobiográfica, teatro documental e recursos de acessibilidade integrados à dramaturgia como elementos poéticos e políticos.
“Vigil Torporosa é uma obra em construção que propõe uma linguagem híbrida, reunindo dança, performance autobiográfica, teatro documental e acessibilidade como parte da dramaturgia”, destaca René.
Durante a residência, René estará acompanhado de Arthur Moura, produtor executivo do Coletivo CIDA. Juntos, eles circulam por espaços alternativos de Paris — becos, estações, galerias underground — tratando a cidade como corpo sensível que interage com a obra.
O projeto também conta com a colaboração crítica do artista visual e performer franco-brasileiro Daniel Nicolaevsky Maria, parceiro criativo de René desde 2021, e com a participação do artista sonoro Fabian Aviila Elizalde, do México, responsável pela ambientação musical. Juntos, eles vão coletar sons da capital francesa para compor a trilha original do espetáculo.
Ao término da residência, será realizada uma mostra de processo em Paris, em formato relacional, ativando o espaço urbano como parte da narrativa. De volta ao Brasil, René Loui promoverá partilhas da experiência e do material artístico em Natal, com ações no Departamento de Artes da UFRN e na Casa Tomada, sede do Coletivo CIDA.
A estreia oficial de “Vigil Torporosa – As danças que não dancei para minha mãe” está prevista para novembro de 2025, em Natal. A circulação nacional deve acontecer no primeiro semestre de 2026.
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