O Rio Grande do Norte se tornou o primeiro estado do Brasil a instalar um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para combate à dengue e outras arboviroses. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), reúne órgãos estaduais, municipais e federais para intensificar as ações preventivas e reduzir os focos do mosquito Aedes aegypti.
A abertura do COE aconteceu nesta quinta-feira (16), na sede da Sesap, em Natal. Durante o encontro, foram alinhadas estratégias emergenciais, priorizando 30 municípios com maior risco de surto. De acordo com o plano de contingência, o RN está em nível de alerta, com risco de epidemia caso os casos aumentem significativamente. Até o momento, não há registros de internações por dengue no estado.
O estado registrou um aumento preocupante nos casos prováveis de dengue desde o final de dezembro de 2024. Apenas nas duas primeiras semanas de janeiro, houve um crescimento de 185% nas notificações em comparação com as últimas semanas do ano passado.
Outro fator que acendeu o alerta foi a possibilidade de retorno da dengue tipo 3. Como muitas pessoas nunca tiveram contato com esse sorotipo, o risco de casos mais graves aumenta.
“Precisamos também monitorar de perto a questão da circulação da dengue tipo 3, que não é registrada no estado há 17 anos”, explicou Diana Rego, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.
O que será feito na prática?
- Com a criação do COE, diversas ações serão colocadas em prática imediatamente:
- Eliminação de focos do mosquito: intensificação da limpeza em áreas públicas e imóveis abandonados.
- Campanhas de conscientização: ações educativas para que a população elimine possíveis criadouros dentro de casa.
- Ampliação da assistência à saúde: articulação entre hospitais e unidades de saúde para garantir atendimento rápido a pacientes com sintomas.
- Mobilização de diferentes setores: além da saúde, as secretarias de Educação, Infraestrutura, Limpeza Urbana e Meio Ambiente atuarão de forma conjunta.
A secretária de Saúde do RN, Lyane Ramalho, ressaltou que o estado já enfrentou um período epidêmico em 2024 e conseguiu evitar um número maior de óbitos.
“No período epidêmico do ano passado montamos uma estratégia que foi bem sucedida, com apenas dois óbitos apesar do alto número de casos, e agora queremos repetir. Agora, de forma ainda mais antecipada, visto que o COE de 2024 foi aberto apenas em março”, afirmou.
Apoio nacional e colaboração dos municípios
A iniciativa do RN foi reconhecida pelo Ministério da Saúde, que destacou o estado como o primeiro a instalar um COE para dengue neste ano. O Centro Estadual se junta ao COE Nacional, criado pelo governo federal no dia 9 de janeiro.
Próximos passos
Na próxima semana, as equipes da Sesap iniciarão visitas aos 30 municípios prioritários, levando ações de fiscalização, conscientização e mutirões de limpeza. Esses municípios foram selecionados com base em critérios como incidência de casos, óbitos, quantidade de focos do mosquito e fluxo turístico.
