
O novo aumento de tarifas sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos começa a vigorar nesta quinta-feira (1º). A medida, determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump, deve gerar impactos econômicos em diferentes regiões do Brasil, especialmente nos estados que mantêm forte relação comercial com o mercado norte-americano.
De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado na terça-feira (29), o Ceará é o estado com maior dependência das exportações para os Estados Unidos: 44,9% de tudo o que foi exportado pelo estado em 2024 teve os EUA como destino. Na sequência estão Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%) e Sergipe (17,1%).
A CNI alerta que, mesmo com exportações mais diversificadas, os estados do Sudeste e do Sul devem concentrar os maiores prejuízos em termos financeiros. Ao todo, seis unidades da federação podem registrar perdas que ultrapassam R$ 1 bilhão cada. São elas:
- São Paulo: R$ 4,4 bilhões
- Paraná: R$ 1,91 bilhão
- Rio Grande do Sul: R$ 1,9 bilhão
- Santa Catarina: R$ 1,7 bilhão
- Minas Gerais: R$ 1,66 bilhão
- Amazonas: R$ 1,1 bilhão
A medida deve afetar principalmente os bens industrializados, que representam 78,2% das exportações brasileiras para os EUA. Entre os produtos mais atingidos estão café não torrado, carnes congeladas, açúcar, soja e itens siderúrgicos.
“A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo ele, o tarifaço poderá provocar cortes de pedidos, demissões e aumento de preços no mercado interno.
Para Alban, “os impactos são muito preocupantes” e colocam em risco a competitividade do Brasil no comércio global. A tarifa adicional de 50% sobre diversos produtos é vista pela entidade como uma medida que desorganiza cadeias produtivas e compromete a estabilidade das relações comerciais com os Estados Unidos.













