Com mais de 50 dias de greve, parece que o embate entre o governo federal e os professores das universidades federais do Brasil não está tão perto assim de chegar ao fim. Na segunda-feira (27), a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou um acordo com o governo, aceitando a proposta de reajuste sugerida. Atualmente, a federação representa 11 sindicatos da categoria, incluindo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Dessas, sete aceitaram a proposta.
Acontece que, a assinatura foi de contramão à decisão tomada nas próprias universidades, como é o caso da UFRN, que rejeitou, em plebiscito, a oferta do governo. As entidades educacionais afirmaram que foram surpreendidas pela reunião e que estudam se desvincular da Proifes.
Confira um trecho da nota publicada pelo Adurn, Sindicado dos Docentes da UFRN:
“Considerando o artigo 9º, parágrafo III do ESTATUTO DA ADURN, e o fato de que a PROIFES desrespeitou a decisão majoritária da categoria, nós, docentes da UFRN, solicitamos que a direção da ADURN inclua como ponto de pauta da próxima assembleia a DESFILIAÇÃO DA PROIFES, assumindo a condição de sindicato independente”
Em resposta à Proifes e ao governo federal, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES – SN), outra entidade que representa os professores do ensino superior, afirmou que manterá a greve. Desde a segunda-feira, o sindicato rebate a Proifes e afirma que a assinatura do acordo se deu de maneira golpista, não levando em consideração as decisões conjuntas dos docentes federais no Brasil.
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Até então, o governo não apresentou uma nova proposta e manteve a de aumentos salariais de 13,3% a 31% até 2026, com os reajustes começando em 2025. Na prática, categorias com menores salários receberão os maiores aumentos, enquanto aquelas com salários mais altos terão reajustes menores.