O ano de 2024 está prestes a entrar para a história como o mais quente já registrado, segundo as últimas análises do observatório europeu Copernicus divulgadas nesta segunda-feira (9). Os dados revelam que, mesmo antes do fim de dezembro, as médias de temperatura de janeiro a novembro já são 0,72°C acima da média do período de 1991 a 2020, o maior registro para este intervalo e 0,14°C acima do mesmo período em 2023. Essa marca destaca uma escalada contínua do aquecimento global, alimentada pela intensificação das emissões de gases de efeito estufa e outras atividades humanas.
No Brasil, as repercussões desse aquecimento foram particularmente severas, com uma das mais longas e intensas secas registradas, afetando milhões de pessoas, especialmente no norte do país. A esperada estação chuvosa atrasou ou ficou abaixo das médias históricas em muitas regiões, exacerbando os desafios para a gestão de recursos hídricos e a agricultura.
Especialistas como Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudanças climáticas do Copernicus, enfatizam que, embora o limite de 1,5°C não tenha sido ultrapassado de forma definitiva, os dados atuais reforçam a urgência de uma ação climática ambiciosa para evitar cenários ainda mais devastadores. Burgess salienta que, apesar dos desafios, os dados do observatório devem funcionar como um chamado para a ação, reiterando a necessidade de políticas eficazes e cooperação internacional para combater as mudanças climáticas.
O fenômeno do aquecimento global também intensificou outros eventos climáticos extremos ao redor do mundo, incluindo chuvas torrenciais e tempestades mais frequentes e intensas, afetando de maneira desproporcional as populações mais vulneráveis.
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