Para a entrevista dO POTI desta semana, fomos até a praia da Pipa, conversar com Wanderson Borges, o Dinho. Ele é um dos cofundadores do Movimento Preserve Pipa, uma iniciativa que visa proteger e promover o rico patrimônio natural da região. Com mais de 15 anos de experiência em controladoria e gestão financeira, ele liderou equipes em diversos estados e empresas, tanto nacionais quanto multinacionais. Sua jornada não se limita apenas ao setor privado; ele também compartilhou seu conhecimento como professor universitário em áreas como Administração e Ciências Contábeis.
Nesta entrevista, mergulhamos nas visões e iniciativas de Dinho, que teve recentemente seu nome especulado para assumir a prefeitura de Tibau do Sul, explorando desde a inspiração por trás do Festival Gastronômico da Lua até os desafios e perspectivas do turismo sustentável em Pipa. Conheceremos sua visão sobre o equilíbrio delicado entre desenvolvimento turístico e preservação ambiental, suas reflexões sobre o papel do poder público e suas aspirações para o futuro do turismo na região.
O POTI – Como surgiu a ideia do Festival Gastronômico da Lua e qual é o objetivo por trás desse evento?
DINHO: A ideia veio da oportunidade que a lua cheia nos oferece, doze vezes por ano em Pipa. Quem já viu a lua cheia em na região, sabe que o nascer da lua, do alto da falésia, naquele mar sem fim, é com certeza uma das coisas mais linda de Pipa. Precisamos valorizá-la com uma celebração gastronômica a altura.
O POTI – Além do Festival Gastronômico da Lua, quais outras iniciativas o Preserve Pipa tem em mente para impulsionar o turismo na região?
DINHO: Para este ano, vamos treinar agentes de viagem em cidade pelo interior do pais, mais precisamente nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, focando em cidades de médio e grande porte do interior do pais, sem praias, óbvio, mas com muita vontade de Nordeste e vamos buscar este clientes (turistas). Também continuaremos apoiando o Projeto Tamar, além de uma nova ação de sustentabilidade que vamos iniciar agora em junho, com a entrega gratuita a hospedes de sacolas biodegradáveis, para que os mesmos possam trazer seu lixo de volta para o hotel, sem risco ao meio ambiente, e mantendo as praias limpas. Vamos ter um projeto grande de mobilidade em Pipa, capitaneado pelo Preserve Pipa, mobilidade sustentável.
O POTI – Pipa é conhecida por suas belezas naturais, mas também enfrenta desafios relacionados ao turismo, como superlotação e impactos ambientais. Você acredita que pode haver um equilíbrio entre o desenvolvimento turístico com a preservação ambiental?
DINHO: Acredito SIM, batalho todos os dias para que outras pessoas também acreditem, e tento sensibilizá-las de várias formas, financeiras, ambientais e sociais. Se não nos preocuparmos com este tripé teremos no futuro um desequilíbrio e será difícil reverter.
O POTI – Quais são as principais ações que o poder público vem realizando em prol do turismo em Pipa? E como você avalia a colaboração entre o setor privado, prefeitura e governo nesse sentido?
DINHO: Não enxergamos neste momento nenhuma contribuição do poder publico local, ao contrario, ainda atrapalham. Existe, infelizmente, pouquíssimo ou nenhum interesse do poder publico atual com o turismo de Pipa. Seria demasiadamente importante uma boa comunicação, uma troca de expertises, um trabalho em conjunto, mas já fomos ativos neste sentido, e ficamos sozinhos.
O POTI – Falando sobre as condições gerais de Pipa para o turista, quais são os principais problemas da Praia da Pipa?
DINHO: Mobilidade urbana: o turista já não tem mais paciência e força, a luta entre pedestre e carros, esta sendo diária e sofrida. Coleta de lixo: sem regularidade, sem separação de lixo, e tudo vai pra um lixão. Pasmem! Limpeza da cidade: devemos no mínimo, limpar a casa para receber as visitas. Ilegalidade de estabelecimentos comerciais: trazendo baixo nível de serviço e produtos aos turistas.
O POTI – Sustentabilidade é uma preocupação crescente em destinos turísticos ao redor do mundo. Como você acha que Pipa pode incorporar práticas sustentáveis em suas atividades e como isso influencia a experiência dos visitantes?
DINHO: Quem não se preocupa com sustentabilidade econômica, social e ambiental, está fora do jogo, definitivamente. O destino que não incorpora esse tripé, perde e não vai recuperar espaço na decisão do turista ao viajar. O mais importante de todo o tripé sustentável para Pipa neste momento refere-se ao lixo e limpeza da cidade.
O POTI – Como você enxerga o futuro do turismo em Pipa? Existem planos ou projetos em andamento para desenvolver ainda mais a indústria do turismo na região?
DINHO: Infelizmente não temos acesso aos planos do atual poder publico para Pipa. Não conseguimos enxergar precisamente o que virá daqui a 10 anos. A Associação Preserve Pipa, como sempre, trará novidades todos os anos, somos inquietos e criativos, atentos ao mercado e as tecnologias.
O POTI – Como os turistas podem contribuir para a preservação e o desenvolvimento sustentável de Pipa durante sua visita? Há algum comportamento ou prática que você gostaria de destacar?
DINHO: Hoje a melhor forma de contribuir com Pipa é hospedar-se em um hotel filiado ao Preserve Pipa, jantar ou usar serviços de passeios turísticos de filiados ao Preserve Pipa, pois parte do lucro, vai diretamente para o Fundo Privado Preserve Pipa, que usamos para acoes de sustentabilidade em Pipa e nossa região turística, desde Malembá até Barra do Cunhaú.