Por Larissa Cavalcante e Caio Varela
A Entrevista de Domingo dO POTI desta semana traz as percepções do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, sobre o cenário político regional, os desafios enfrentados pela cidade, prioridades e conquistas da atual administração municipal.
Alysson falou sobre questões políticas amplas, comentou sobre o apoio ao senador Rogério Marinho e o lançamento da candidatura do ex-vereador Genivan Vale pelo PL de Mossoró.
Questionado sobre a possibilidade de polarização política na cidade e suas expectativas para a próxima campanha eleitoral, Bezerra enfatizou o foco atual da gestão na administração municipal e indicou que discussões políticas mais aprofundadas serão realizadas em momento oportuno.
Quanto aos critérios para a escolha do vice-prefeito e os principais desafios enfrentados pela cidade, o prefeito destacou a importância do diálogo e da paciência para decisões futuras, enquanto ressaltava os avanços em setores cruciais como saúde e mobilidade urbana.
O POTI – Como você avalia o atual cenário político em Mossoró?
ALLYSON BEZERRA: O povo de Mossoró tem reconhecido o nosso trabalho na Prefeitura de Mossoró desde janeiro de 2021 quando assumimos a gestão de Mossoró e desde então empreendemos um ritmo de trabalho que tem sido presente, presente nos bairros, presente nas comunidades rurais, nas unidades da administração do Município de Mossoró, então esse ritmo de trabalho tem deixado de forma clara para a população, eu tenho visto isso, a população tem aprovado esse ritmo de trabalho, tem aprovado os projetos que nós temos empreendido na cidade de Mossoró, e além da satisfação há o interesse da população de participar diretamente, grandes obras que estão acontecendo em Mossoró hoje são frutos da participação direta da população, eu estou diariamente nas ruas, nós estamos fazendo gestão próximos à população. Graças a Deus podemos dizer que o cenário político da cidade de Mossoró é de uma gestão que recuperou a capacidade de investimento do Município de Mossoró, mas principalmente, recuperou a autoestima do mossoroense, aquele cenário de prefeitura com salários atrasados, obras paralisadas, sem investimentos, com previdência em atraso, isso não existe mais. O que existe é um cenário onde as políticas públicas estão sendo desenvolvidas, vejo uma população com a autoestima lá em cima.
O POTI – Qual é a sua opinião sobre o posicionamento do senador Rogério Marinho e do PL de Mossoró ao lançar a candidatura do ex-vereador Genivan Vale?
ALLYSON BEZERRA: Nós apoiamos o nome do Rogério Marinho na sua candidatura ao Senado. Em Mossoró ele estava nas últimas colocações quando assumimos a coordenação da campanha em Mossoró, chamamos vereadores, lideranças, pessoas da sociedade para apoiar o senador Rogério Marinho e ele se consagrou vitorioso em Mossoró, vencendo com mais de nove mil votos de maioria, enquanto em outras cidades não obteve maioria de forma expressiva e como na capital do Estado acabou até perdendo em número de votos, então o que a gente aguardava era esse reconhecimento ao que foi feito, toda sociedade mossoroense, toda cidade de Mossoró, todo o Rio Grande do Norte, prefeitos do nosso estado e da região viram o nosso trabalho. Posso dizer que respeito a posição dele e era uma posição inclusive que algumas pessoas e alguns políticos do estado, principalmente, da capital do estado já tinham me dito, me alertado que ele assim faria após ele se consagrar vitorioso com nosso apoio. Ele tomou a posição que mais interessava a ele, e mais interessava ao projeto político dele.
O POTI – Você acredita que existe a possibilidade de surgir um cenário de polarização política em Mossoró, especialmente entre você e o candidato da esquerda? Como estão as expectativas para a próxima campanha?
ALLYSON BEZERRA: Já tenho colocado isso de forma muito objetiva, que no tocante a parte política nós só vamos discutir isso após o Mossoró a Cidade Junina, que é no mês de junho. Então quando for em julho nós vamos fazer uma discussão política mais profunda. Chamar lideranças políticas, vereadores, lideranças partidárias que estão nos apoiando e faremos uma discussão política diretamente. Eu tenho focado 100% do nosso tempo, do nosso dia a dia em gestão. Já tenho colocado isso e tenho tido respeito de amigos vereadores, de lideranças políticas, que meu foco hoje é exclusivamente a gestão.
Fizemos agora um trabalho no tocante as nominatas de vereadores e tivemos uma participação ímpar com formação de vários partidos que apoiam o nosso projeto. E o nosso partido, o meu partido União Brasil, concluiu a formação da nominata com 14 vereadores de mandato dentro do partido. Isso é algo que não tinha se visto ainda a nível de Mossoró e nem ainda a nível de Estado. Isso mostrou que há uma confiança desses vereadores que representam diversos segmentos representam diversos bairros, diversas comunidades de Mossoró, no trabalho que a gente tem desenvolvido diretamente no dia a dia e a discussão do ponto de vista de campanha e da eleição a gente vai fazer em outro momento.
O POTI – Quais critérios serão considerados para a escolha do seu vice-prefeito nas próximas convenções?
ALLYSON BEZERRA: Da mesma forma a questão da escolha de vice-prefeito, que de fato essa discussão também vai ficar para depois do Mossoró Cidade Junina, ou seja, no mês de julho, quando nós vamos fazer essa discussão e termos um posicionamento até o período de convenções. Já falei mais uma vez às lideranças políticas e partidárias que nos apoiam e todos foram unânimes em respeitar o momento que Mossoró está vivendo. Mossoró está vivendo um momento aonde os investimentos são notórios e a nossa dedicação para tudo isso acontecer é cada dia maior. Essa decisão sobre vice-prefeito virá somente mais lá na frente com muito diálogo, muita conversa, com muita paciência para essa definição.
O POTI – Quais são os principais desafios enfrentados por Mossoró atualmente e quais medidas sua administração está adotando para enfrentá-los?
ALLYSON BEZERRA: Nós estamos numa verdadeira frente, digo que estamos numa cruzada para fazer em Mossoró em pouco tempo aquilo que a população aguardava há décadas. Durante os últimos 70 anos, Mossoró foi administrado por um mesmo grupo político e quando assumimos a Prefeitura de Mossoró nós vimos a necessidade de trabalhar ações que muitas vezes são básicas, mas que nunca foram pensadas. Na saúde, por exemplo, nós estamos construindo 15 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), 12 são na zona rural de Mossoró. A saúde foi um dos principais desafios que nós enfrentamos. Nós vimos a população ser atendida debaixo de uma árvore, dentro de um bar, dentro de uma igreja, isso eu não aceitei desde o primeiro dia que assumimos a Prefeitura de Mossoró, por isso empreendemos essa grande frente de trabalho na saúde e hoje é realidade em Mossoró a construção de 15 UBSs, a construção de quatro CAPS para a saúde mental e a construção de uma Policlínica, tudo isso em obras dentro do Programa Mossoró Realiza. Então acredito que o maior desafio que nós tínhamos era a saúde pública, como é comum às grandes cidades brasileiras, mas que nós estamos enfrentando com muita altivez. E ao final com essas obras concluídas e entregues, nós teremos desenvolvido muito a cidade de Mossoró.
Outro grande desafio do Município de Mossoró, também muito presente nas grandes cidades brasileiras, como é caso de Mossoró, é o desafio da mobilidade urbana. Nós estamos neste momento trabalhando já nas obras do Complexo Viário 15 de Março, que liga a BR-304 a BR-110, passa pelo Rio Mossoró com uma ponte de 140 metros, a maior ponte de Mossoró em construção até hoje. É um grande desafio que nós estamos enfrentando mais uma vez com uma mega obra que é essa do Complexo Viário e com isso também a duplicação das pontes da Avenida Presidente Dutra, no Grande Alto de São Manoel, construídas há décadas, e que nós estamos hoje também em processo para construir. Essas grandes obras, seja de mobilidade urbana, seja de saúde, são obras que eu digo que vão enfrentar esses grandes desafios que estão presentes em Mossoró hoje, mas que a gente está tendo a coragem e a responsabilidade para enfrentar.
O POTI – Quais são as novidades previstas para o Mossoró Cidade Junina de 2024, que promete ser o maior da história?
ALLYSON BEZERRA: O Mossoró Cidade Junina 2024 chega com o objetivo claro de consolidar esse evento, que já vem de mais de duas décadas, mas que precisava passar por um processo de modernização e de profissionalização. Começamos a fazer isso em 2022, crescemos em 2023 e digo que agora em 2024 é a consolidação desse projeto de profissionalizar o evento, de modernizar o evento. Só pra ter ideia o evento esse ano começa no dia 1º de junho, com o Pingo da Mei Dia e vai até o dia 29 de junho. Esse ano nós temos a consolidação de dois polos que nós criamos no ano passado: O polo Arraiá do Povo, um evento que acontece durante o dia, com shows ao vivo de cantores regionais e nacionais, resgatando o forró raiz. E o polo Poeta Antônio Francisco que traz como destaque a cultura popular. O Mossoró Cidade Junina 2024 é o evento onde nós já arrecadamos mais de R$ 1,6 milhão de cota de camarote e de patrocínio. Isso é inédito. Só para ter ideia, em 2019, o camarote da Estação da Artes foi vendido ao valor de R$ 34 mil e agora nós vendemos o camarote ao valor de R$ 530 mil e com mais a cota de participação de R$ 1 milhão, ou seja, são esses recursos que serão usados para pagar grandes atrações nacionais, fazendo com que o recurso do município seja revertido para cantores locais e grupos locais de cultura, favorecendo e valorizando a nossa cultura local. Essa profissionalização e modernização, com toda estrutura, organização e segurança, que é o grande case do evento, com reconhecimento facial fazem com que o Mossoró Cidade Junina 2024 realmente seja consolidado como o maior evento do estado do Rio Grande do Norte.
O POTI – Como você encara a possível candidatura de Rosalba como representante da oposição em Mossoró? Isso influencia sua estratégia política de alguma forma?
ALLYSON BEZERRA: Eu entendo que não cabe a mim fazer avaliação de outros candidatos. Eu entendo que cabe à população avaliar o trabalho que a gente tem desenvolvido, as obras que nós temos feito, o nível de organização, de transparência que a gente tem empreendido na Prefeitura de Mossoró. Cabe à população avaliar a dinâmica, o ritmo de trabalho que nós temos empreendido na Prefeitura de Mossoró. Tudo isso cabe à população avaliar e acredito, pelo que eu tenho escutado, pelo que eu tenho visto, a população tem sido reconhecedora de todo esforço que eu juntamente com toda nossa equipe de secretários, de servidores, nós temos empreendido na Prefeitura Mossoró desde que assumimos a gestão pra transformar a história dessa cidade. Essa é a primeira vez que um filho de pobre, que alguém que vem da zona rural, das camadas mais populares da cidade de Mossoró ocupa o Palácio Resistência. Isso é inédito na cidade de Mossoró, porque nossa cidade sempre foi gerida por grupos políticos que tinham grande capital financeiro, econômico e partidário e agora nossa cidade é administrada por um jovem, o mais jovem prefeito da história de Mossoró, que sempre estudou em escola pública, que sabe o que é precisar de uma unidade de saúde, por isso está construindo 15 unidades de saúde, que sabe o que é usar transporte público, por isso que pegou uma cidade com três linhas de ônibus e aumentou para 14 linhas de ônibus em várias regiões e bairros da cidade. E esse é o diferencial que eu acredito que a população avalia de forma extremamente positiva.
O POTI – Qual é a sua avaliação sobre a gestão da governadora Fátima Bezerra em relação à cidade de Mossoró?
ALLYSON BEZERRA: Recentemente uma pesquisa divulgada pelo Tribuna do Norte mostrou que mais de 52% da população do Estado avalia o governo da governadora como ruim e péssimo. Em Mossoró esse índice chegou a 82% de reprovação. Eu acredito que essa reprovação é decorrente, por exemplo, de Mossoró ter um Hospital da Mulher que foi entregue, mas que até hoje nunca fez um parto. Só pra ter ideia como isso é grave, se chegar hoje uma mulher de Mossoró ou de qualquer cidade do Estado nas portas do Hospital da Mulher, a unidade estará fechada para fazer partos. E essa paciente irá para o Hospital Maternidade Almeida Castro, que é mantido pela Prefeitura de Mossoró, porque sabe que lá ela terá todo o atendimento necessário. Esse é um dos motivos dessa reprovação constatada em pesquisa. Mossoró também tem hoje uma rodoviária que não funciona, que tem sérios problemas na sua infraestrutura, que não tem boas condições para receber a população, esse é outro local que diz muito sobre essa reprovação. E nós temos o Hospital Regional Tarcísio Maia, que teve as obras iniciadas e posteriormente paralisadas e é um local que infelizmente a população de Mossoró e de toda a região tem sofrido muito. Com isso, temos sérios problemas que acabam dificultando essa gestão do governo do Estado em Mossoró. Contudo, do ponto de vista administrativo, nossa gestão sempre esteve e sempre estará aqui à disposição para fazer parceria e diálogo permanente com o governo estadual, porque o que a gente quer é o sucesso de Mossoró e o sucesso do nosso Estado.