Após 23 dias de paralisação, os servidores da rede estadual de saúde do Rio Grande do Norte optaram por encerrar a greve em uma assembleia realizada nesta quinta-feira (25) em Natal. A decisão foi tomada em maioria durante a reunião no sindicato dos Bancários.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sindsaúde/RN), os servidores retornarão ao trabalho nesta sexta-feira (26), conforme orientação do sindicato.
Os pontos acordados na proposta incluem:
- O abastecimento de insumos básicos no Hospital Walfredo Gurgel;
- Uma recomposição salarial de 26,52% para ativos e aposentados;
- Ajustes nos pisos salariais de enfermagem e técnicos de radiologia;
- Adequação dos adicionais de insalubridade.
As negociações foram conduzidas pela Secretaria de Administração (Sead) e Secretaria de Saúde Pública (Sesap), que apresentaram as propostas aos servidores durante a semana.
Durante a assembleia, os servidores afirmaram que pretendem continuar lutando pelos seus direitos, mesmo após o fim da greve.
Na reunião de ontem (24) com o secretário de Administração, Pedro Lopes, foram discutidos acordos futuros, incluindo reajustes salariais programados para os próximos anos e outras medidas para melhorar as condições de trabalho dos servidores da saúde.
Confira a nota emitida pelo Sinsaúde/RN:
O fim da greve não é o fim da luta: Trabalhadores (as) da saúde estadual, em ampla maioria dos votos, decidem encerrar a greve diante de proposta do governo
Na manhã desta quinta-feira (25), os servidores e servidoras da saúde do estado do Rio Grande do Norte (ativos e aposentados) se reuniram no auditório do sindicato dos Bancários para avaliar a greve que completou 23 dias no dia de hoje. Após muito debate da categoria e avaliação da nova proposta do governo, os servidores decidiram em ampla maioria encerrar a greve. A orientação do Sindsaúde/RN é de que os servidores e servidoras da saúde retornem aos seus locais de trabalho nesta sexta-feira (26).
Mas o fim da greve não é o fim da luta! Esse foi o sentimento que refletiu na maioria das falas dos servidores durante a Assembleia. Foram 23 dias de muita luta e resistência. De acampamentos, atos, manifestações e de enfrentamentos nas mesas de negociação, até chegar a uma proposta (que não é a desejável defendida pelo sindicato), mas que na avaliação da categoria é uma proposta possível e que atende diversos pontos da pauta de reivindicações.
“Parar não é desistir da luta. É ter a consciência que nós vamos continuar a luta diariamente. Quem tá dentro das unidades e hospitais sabe que os ataques são todos os dias. Não vamos parar de lutar e continuarmos a nossa luta. Que é pra isso que nós estamos aqui”, desabafou Elisabeth (Rainha), técnica de enfermagem do Walfredo Gurgel.
Na reunião que ocorreu nesta quarta-feira (24) com o secretário de Administração, Pedro Lopes, foi apresentada uma proposta de reajuste salarial de 4,6% em janeiro de 2025; seguido de um segundo reajuste em abril de 2025, de acordo com o cálculo da inflação de 2024; um terceiro aumento de 2% em janeiro de 2026; e um quarto reajuste em abril de 2026, com base na inflação do ano anterior.
Além disso, o governo se comprometeu em realizar o aumento de 30 para 40h; Fazer o reenquadramento por tempo de serviço para servidores com mais de 30 anos, com um projeto de lei em 2024 e implementação em maio de 2025; Equiparar o piso salarial da radiologia ao da enfermagem, com paridade e atualização para dois salários-mínimos em maio de 2025. Haverá uma alteração legislativa para incluir o plantão eventual no cálculo da gratificação natalina, e os passivos de implantação até 2023 serão pagos em 2024, com parcelas mensais até outubro e o saldo em novembro e dezembro.
Paciente do Hospital Walfredo Gurgel teve tórax aberto duas vezes por falta de fio de aço
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