O ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está considerando deixar o Partido dos Trabalhadores (PT) após sua demissão do cargo. A decisão veio após uma reunião na última terça-feira (14), na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o destituiu na presença dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), que pediam a sua cabeça publicamente há meses.
Prates descreveu sua demissão como “humilhante” em uma mensagem enviada a um amigo, revelada pelo Estadão. Ele expressou sua insatisfação com o tratamento recebido e está avaliando sua continuidade no partido.
As tensões entre Prates e o governo já eram conhecidas, e sua demissão foi precipitada após solicitar uma reunião decisiva com Lula devido à pressão dos ministros Silveira e Costa. Apesar disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, interveio para manter Prates no cargo temporariamente.
As disputas entre Prates, Costa e Silveira se intensificaram em março, especialmente em relação à distribuição de dividendos da Petrobras e à venda de uma refinaria na Bahia.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, não se mostrou surpresa com a demissão de Prates e elogiou a escolha de sua substituta, Magda Chambriard.
Em relação à possível saída do PT, Prates ainda não definiu seus próximos passos. Ele afirmou que está avaliando todas as opções antes de tomar uma decisão, que deve ser divulgada dentro de 15 dias.
Enquanto alguns membros do PT afirmam que a demissão de Prates não reflete a posição do partido, outros estão trabalhando para convencê-lo a permanecer. Wilmar Lacerda, vice-presidente do PT no Distrito Federal, afimrou que muitos membros do partido estão insatisfeitos com a demissão de Prates e aconselhou-o a ponderar sua decisão com cuidado.
Esta não é a primeira vez que o ex-senador do Rio Grande do Norte avalia deixar o partido. Em 2022, pensou em ir para o PSD alegando “divergências políticas e estratégicas”. À época, ele queria concorrer a reeleição, mas, por causa de um acordo feito por Fátima na ocasião, não teve apoio para entrar na chapa, que decidiu apoiar a candidatura de Carlos Eduardo Alves, derrotado por Rogério Marinho.