Na quarta-feira (26), o Exército boliviano começou a se movimentar nas ruas de La Paz. O presidente Luis Arce descreveu essas ações como “mobilizações irregulares”, enquanto Evo Morales, ex-presidente do país, acusou os acontecimentos de constituir um “golpe de Estado”.
Os militares foram observados entrando no palácio presidencial e mantendo guarda em suas proximidades, enquanto Evo Morales alegou que francoatiradores foram posicionados em uma praça da cidade, atribuindo responsabilidade ao ex-comandante do Exército, general Juan José Zuñiga.
As reações internacionais não tardaram: o presidente de Honduras, também atual presidente da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), descreveu os eventos como um golpe de estado e pediu uma reunião de emergência dos Estados membros. A Organização dos Estados Americanos (OEA), por sua vez, condenou as movimentações militares, apelando ao respeito pela democracia.
Este episódio adiciona mais um capítulo à história recente de instabilidade política na Bolívia, que inclui o afastamento de Evo Morales em 2019 após protestos e um golpe de estado, seguido pela presidência interina de Jeanine Áñez. A tensão política também é marcada por uma tentativa fracassada de golpe em 2008.
A atual situação reflete uma deterioração nas relações entre Luis Arce e Evo Morales, antes aliados, mas agora adversários, especialmente à luz das próximas eleições presidenciais de 2025. Morales, líder do Movimento ao Socialismo (MAS), distanciou-se de Arce, que foi afastado da legenda governista após não participar de um congresso do partido.
Veja o momento um tanque militar arromba a porta do Palácio Queimado, a sede do governo boliviano: