O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, em entrevista à TV Record, que não haverá cortes no orçamento público que afetem o salário mínimo, especialmente para os beneficiários da Previdência Social. Lula enfatizou que a distribuição da riqueza no país deve ser equitativa.
“Quando alguém fala que eu deveria desvincular o salário mínimo da Previdência Social. O mínimo, já diz, é o mínimo. Não tem nada mais baixo que o mínimo. Então, eu não posso cortar o mínimo, que já é o mais baixo de tudo,” afirmou Lula. Ele destacou a necessidade de ajustes salariais que acompanhem a inflação e o crescimento do PIB.
O presidente apontou ainda os números positivos da economia, que superaram as expectativas do mercado. “Não tem um único número que diga que o Brasil tem qualquer problema. A gente está crescendo mais do que a previsão do mercado. O mercado previa 0,8%, nós crescemos 3%,” disse Lula, ao criticar a atual taxa de juros do Banco Central.
Lula também celebrou a criação de 2,5 milhões de empregos em seu mandato e o crescimento da massa salarial em 11,7%. Reafirmou seu compromisso de isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês, e mencionou o aumento do salário mínimo acima da inflação. “Tiramos 24 milhões de pessoas da fome. Então, nós estamos vivendo um momento sensacional,” concluiu.
Questionado sobre a meta de déficit zero nas contas públicas para 2024, Lula enfatizou a importância do crescimento econômico sustentável. “O que é importante é que a economia esteja crescendo. O que é importante é que o emprego esteja crescendo. O salário está crescendo. Nós vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal,” declarou.
O Ministério da Fazenda deverá anunciar, na próxima semana, bloqueios no orçamento para cumprir a meta de resultado primário, conforme informado pelo ministro Fernando Haddad.
Lula também abordou a questão da violência política, mencionando o recente atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele destacou a necessidade de tolerância e argumentação na sociedade, criticando a disseminação de fake news.
“É abominável qualquer tipo de violência. É a morte de um prefeito em uma cidadezinha no interior. É a morte de um vereador em uma cidadezinha no interior. Então, é preciso que a gente volte a ter tolerância,” disse Lula.
O presidente defendeu a regulação das grandes empresas de tecnologia para combater a desinformação e o ódio online. “Não é possível que as empresas continuem ganhando dinheiro disseminando mentiras. Eu sou favorável a que a gente dê uma regulação, porque essas empresas não pagam nada. Ganham bilhões de publicidade,” finalizou.