A oposição no Congresso anunciou que irá protocolar na próxima segunda-feira (9) um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O senador licenciado Rogério Marinho (PL) declarou que o documento será entregue com o apoio de mais de 1 milhão de assinaturas, recolhidas por meio de um abaixo-assinado virtual. O movimento tem como foco a insatisfação com as decisões de Moraes em investigações que envolvem apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de ações antidemocráticas.
Em coletiva realizada no Senado, Marinho e outros parlamentares de oposição criticaram duramente a atuação de Moraes, que, segundo eles, estaria desequilibrando a relação entre os Poderes. O senador afirmou que o Senado tem o dever de agir e promover uma análise das medidas adotadas pelo ministro nos últimos anos. “Há um desequilíbrio entre os Poderes e hipertrofia de um Poder sobre os demais. Precisamos, enquanto Senado, fazer valer a Constituição”, afirmou Marinho, ressaltando que a sociedade tem o direito de avaliar se as decisões de Moraes são compatíveis com o regime democrático.
Marcos Rogério (PL-RO), líder da oposição no Senado, reforçou que, após a apresentação do pedido de impeachment, a oposição poderá discutir outras medidas, como a obstrução de pautas, até que o caso seja analisado. Ele indicou que a mobilização dos partidos de direita não será descartada, dependendo da resposta do Senado ao processo contra o ministro. Segundo ele, “qualquer medida será discutida e tomada depois do protocolo”.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), também presente na coletiva, convocou a população para participar de manifestações no 7 de Setembro, na avenida Paulista, em São Paulo. O protesto, segundo Kicis, será uma forma de pressão contra Alexandre de Moraes e a atuação do STF, marcando mais um capítulo da crescente tensão entre o Judiciário e setores da direita.