O bordado labirinto, tradicional da comunidade do Reduto, em São Miguel do Gostoso (RN), foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial pelo Governo do Rio Grande do Norte. A técnica artesanal, que serve como importante fonte de renda para as artesãs locais, agora ganha mais reconhecimento, não apenas por sua estética, mas também por seu valor cultural, reforçando a identidade e o legado do povo potiguar. O reconhecimento foi sancionado pela governadora Fátima Bezerra no último dia 3.
A proposta da lei foi apresentada pela deputada estadual Divaneide Basílio, com base em sugestão da produtora cultural Mônica Mac Dowell, responsável pelo projeto Faces do Reduto, que busca valorizar as tradições locais. O bordado labirinto se junta a outras manifestações culturais já reconhecidas como patrimônio imaterial, como a feira do Alecrim, em Natal, as festas de Sant’Ana em Caicó e Currais Novos, e o prato ginga com tapioca.
“Esse reconhecimento é muito importante e eu fiquei muito feliz e emocionada de ver que esse trabalho tão bonito que a gente desenvolve há tantos anos aprendendo com as mestras labirinteiras agora é um patrimônio cultural do nosso Estado“, disse Robéria Menezes, a mais jovem labirinteira do Reduto e supervisora local do projeto Faces do Reduto.
O bordado labirinto envolve uma técnica minuciosa que passa por etapas como desfiar o tecido, torcer, encher e perfilar, criando intrincados padrões que remetem a labirintos. A tradição, transmitida de geração em geração, carrega consigo simbolismos que ligam o passado ao presente, além de representar uma valiosa fonte de sustento para as artesãs.
A deputada Divaneide Basílio ressaltou a importância da preservação desse saber artesanal, transmitido informalmente entre as gerações. “A iniciativa tem o objetivo de preservar, proteger e promover essa tradição significativa para as gerações presentes e futuras”.
O Projeto Faces do Reduto, realizado pela Green Points e coordenado por Mônica Mac Dowell, tem o objetivo de promover os saberes e tradições da comunidade do Reduto. Criado em 2020, o projeto abrange diversas iniciativas socioculturais, como oficinas, exposições e documentários. Entre seus patrocinadores estão o Governo do Estado, o Instituto Neoenergia e o Sebrae/RN.
No audiovisual, o projeto inclui a “Trilogia Poética do Reduto”, com curtas-metragens que oferecem uma visão profunda da vida na comunidade, ressaltando a importância da preservação do patrimônio cultural imaterial. A trilogia, roteirizada e dirigida por Mônica Mac Dowell, se configura como um registro histórico e uma homenagem à resiliência e riqueza cultural do Reduto, conectando o passado ao presente.