Ministério dos Direitos Humanos exonera secretário após reabertura de investigações sobre assédio moral - O POTI

Ministério dos Direitos Humanos exonera secretário após reabertura de investigações sobre assédio moral

Claudio Augusto Vieira era secretário nacional da criança e do adolescente do Ministério. Foto: EBC.

Claudio Augusto Vieira, secretário nacional da criança e do adolescente do Ministério dos Direitos Humanos, foi exonerado nesta quinta-feira (19). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e ocorre em meio à reabertura de investigações sobre denúncias de assédio moral. Vieira havia sido acusado de assédio moral durante a gestão de Silvio Almeida, mas os casos foram arquivados à época. Contudo, na última sexta-feira (13), o Ministério decidiu retomar as investigações.

Em declaração ao jornal Estadão, Vieira afirmou que a sua saída foi acordada com o ministério e que “as acusações não correspondem à realidade”. Ele também mencionou que não tem conhecimento dos detalhes dos casos e que soube das alegações apenas pela imprensa.

As novas denúncias, apresentadas após a saída de Silvio Almeida, incluem uma série de comportamentos abusivos, com ênfase em atitudes contra mulheres. Entre as práticas relatadas estão ameaças de demissão, restrições à liberdade de expressão em reuniões e comentários depreciativos sobre a vida pessoal de servidores, incluindo críticas relacionadas à gravidez.

A denúncia lista 14 comportamentos considerados assédio moral, como:

  • Privar servidores de ferramentas essenciais para o trabalho;
  • Sonegar ou fornecer informações incorretas;
  • Impedir a realização de tarefas, levando a uma sensação de inutilidade;
  • Criticar de forma exagerada ou injusta as decisões e o trabalho de colegas, especialmente em público;
  • Pressionar para que direitos trabalhistas ou estatutários não sejam exercidos;
  • Segregar servidores no ambiente de trabalho, seja fisicamente ou por meio de comunicação limitada;
  • Agressão verbal, gritos, gestos de desprezo e ameaças de violência física ou emocional;
  • Exercer controle excessivo sobre determinados indivíduos;
  • Criticar a vida privada e fazer piadas ou boatos constrangedores;
  • Apropriar-se de ideias de mulheres sem reconhecimento;
  • Interferir no planejamento familiar das servidoras e emitir críticas sobre gravidez.

Após o arquivamento das denúncias na gestão de Almeida, não houve novos relatos até a chegada de Macaé Evaristo ao comando da pasta. Vieira foi nomeado em maio de 2023, substituindo Ariel de Castro.