A Justiça Federal determinou, nesta quinta-feira (3), a suspensão da divulgação dos resultados das provas do bloco 4 do Concurso Nacional Unificado (CNU), realizado em agosto em todo o país. A decisão, proferida pela juíza Lucineia Tofolo, da 14ª Vara Cível do Distrito Federal, foi motivada por uma ação popular que questionou o suposto vazamento das provas, que incluíam questões sobre Trabalho e Saúde do Trabalhador.
O vazamento teria ocorrido em uma escola de ensino médio em Recife, onde fiscais de prova do turno da manhã abriram acidentalmente um pacote lacrado com as provas do período da tarde. As provas foram distribuídas aos candidatos, que chegaram a preencher os campos de identificação e iniciar a resolução das questões antes que o erro fosse identificado e as provas fossem recolhidas.
Na sua decisão, a juíza Tofolo afirmou que o equívoco pode ser considerado um “vazamento das provas”, justificando a suspensão da divulgação dos resultados, prevista para o dia 8 deste mês. “As provas dos autos indicam que os fatos não se limitaram à violação do malote com os cadernos de questões, mas avançaram para o vazamento do conteúdo das próprias questões, o que, ao tempo em que viola a isonomia entre os candidatos, contamina o prosseguimento do concurso com a pecha da imoralidade, exigindo-se, assim, a pronta atuação do Judiciário no caso concreto”, declarou a juíza.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que planeja recorrer da decisão. Em nota, o Ministério da Gestão afirmou que ainda não foi notificado da determinação da Justiça do Distrito Federal e ressaltou que o “governo reafirma o seu empenho para garantir a regular continuidade do certame”.
A medida não afeta o calendário de outros blocos do concurso.