O governo federal anunciou, nesta terça-feira (5), a criação de um programa que visa oferecer melhores condições de deslocamento para passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências nos aeroportos brasileiros. A iniciativa prevê a instalação de 20 salas adaptadas em terminais de todo o país até 2026, com o objetivo de proporcionar um ambiente acolhedor e acessível a esse público.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, a proposta é atender cerca de 200 mil passageiros com essas características que circulam anualmente pelos aeroportos do Brasil, além de beneficiar seus familiares. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou a importância da medida, afirmando que “o gesto simboliza muito bem o que precisamos no Brasil: o olhar para o bem-estar social, para aqueles que precisam de uma atenção não só do poder público, mas também do privado”. O ministro lançou ainda um desafio às concessionárias aeroportuárias: aquelas que implementarem as três primeiras salas serão premiadas como destaque entre os melhores aeroportos do ano.
O projeto inclui dois tipos de ambientes: as salas multissensoriais, com estímulos visuais, táteis e auditivos para promover relaxamento e concentração, e as salas de acomodação, que oferecem um espaço com estímulos reduzidos para atender passageiros em momentos de crise. De acordo com o ministério, ambos os ambientes estarão disponíveis para todas as faixas etárias e atenderão também passageiros com outras neurodivergências.
Além das novas instalações, o programa prevê capacitações para os profissionais do setor e campanhas de conscientização voltadas aos demais passageiros, visando uma experiência de viagem mais inclusiva. Segundo o secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, o programa traz uma “responsabilidade social muito grande para gerar dignidade, oportunidade e autoestima para as pessoas”.
Atualmente, o país possui quatro salas multissensoriais em operação. Uma nova unidade será inaugurada em Natal em novembro, e seis outras estão previstas para o primeiro trimestre de 2025, atendendo aos principais aeroportos do Brasil. A iniciativa, que faz parte do programa Viver sem Limites II, é inspirada em experiências bem-sucedidas nos aeroportos de Florianópolis (SC) e Vitória (ES), administrados pela Concessionária Zurich Airport.
A meta é que todos os aeroportos das capitais e os de maior fluxo de passageiros possam contar com essas instalações até 2026, sem custos adicionais para a União.
Aeroporto de São Gonçalo deve receber R$ 25 milhões em investimentos ainda este ano