Agro brasileiro faz boicote ao Carrefour; JBS e Masterboi aderem - O POTI

Agro brasileiro faz boicote ao Carrefour; JBS e Masterboi aderem

A Friboi, marca de carnes da JBS, corresponde atualmente a 80% do volume de carne fornecido ao grupo francês. Foto: Fábio Rodrigues / Agência Brasil.

As empresas brasileiras JBS (dona da Friboi), Marfrig e Masterboi suspenderam o fornecimento de carne para a rede de supermercados Carrefour no Brasil, que opera também as lojas do Atacadão e Sam’s Club. O movimento vem em reação ao boicote da marca francesa às proteínas animais produzidas no Mercosul.

O Carrefour anunciou na última quarta-feira (20) que suspenderá a compra de carnes vindas do Mercosul, incluindo do Brasil, para as suas lojas na França. O anúncio acontece em meio a protestos de agricultores franceses. Eles defendem que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia abre uma concorrência desleal da carne brasileira e argentina no mercado francês.

Em toda a França, ouvimos o desânimo e a raiva dos agricultores face ao acordo de livre-comércio proposto entre a União Europeia e o Mercosul e o risco de o mercado francês ser inundado com carne que não atende às suas exigências e normas”, disse Alexandre Bompar, CEO da rede.

Segundo entidades ligadas ao agro brasileiro, a iniciativa pode incentivar medidas semelhantes em outros países europeus, comprometendo a imagem e gerando perdas aos pecuaristas e empresas do Brasil.

Desde a quinta-feira (21), a JBS começou os procedimentos para interromper a venda de carne ao Carrefour, havendo já relatos de entregas suspensas no início da tarde desse sábado (23). A Friboi, marca de carnes da JBS, corresponde atualmente a 80% do volume de carne fornecido ao grupo francês, já no caso do Atacadão, essa participação chega a 100%.

Em nota, tanto a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), quanto a FHORESP (Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo), que representa cerca de 502 mil empresas, apoiaram o boicote e lamentaram que “por medida puramente protecionista”, a qualidade do produto sulamericano esteja sendo questionada.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também divulgou uma nota oficial onde reiterou a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, de acordo com as diretrizes internacionais. “O Mapa lamenta tal postura que, por questões protecionistas, influenciam negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações.”

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