O general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente do Brasil e atual senador, concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, comentando sobre a suposta reunião que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro e líderes das Forças Armadas, onde teria sido sugerido um golpe militar no país. A reunião foi revelada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em delação premiada.
Mourão, que é uma liderança reconhecida entre militares, disse que a reunião “foi um mero blá-blá-blá”, e que não vê gravidade no ocorrido. O general ainda comentou sobre a postura de Bolsonaro após perder a eleição: “A gente nunca sabe como um ser humano reage a um determinado acontecimento. Ele ficou muito frustrado. […] pedi que reconhecesse o resultado da eleição. Ele só me ouviu, não falou nada”, contou.
Para Mourão, não há nenhum ato que poderia incriminar Bolsonaro, mesmo se a reunião seja comprovada: “Não creio. A não ser que você diga que ele deu dinheiro, que ele incentivou, algo do gênero. Ele jamais ia incentivar isso aí”, argumentou.
O general também criticou a atuação da Polícia Federal e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Para ele, isso afeta a relação entre o governo federal e militares: “As Forças Armadas são um conjunto muito grande. Não é a ação isolada de um ou outro elemento que pode caracterizar uma ação da caserna. Vejo o ministro Múcio (Ministro da Defesa) trabalhando bem nesse sentido, mas temos um complicador, que é o ministro Dino. Ele fala demais. Acho que em questões da Polícia Federal nessas investigações. Posso citar as ações sobre alguns militares, como foi a própria prisão do Cid. Essas coisas não estão sendo bem conduzidas”, afirmou.