O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro (PL), esteve nesta terça-feira (26) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Durante seu depoimento, ele afirmou que “ajudantes de ordens não sentavam com comandantes”.
Ele se referia ao testemunho de Mauros Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, à Polícia Federal, em delação premiada. Cid afirmou que, após perder o primeiro turno das eleições de 2022, o ex-presidente se reuniu com o alto escalão das Forças Armadas para sondar a possibilidade de um golpe militar.
Apesar de Heleno dar a entender que Cid não participava de reuniões com os chefes das Forças Armadas, uma imagem (acima) feita pelo fotógrafo oficial da presidência da República em 2019 mostra o contrário.
Segundo o comandante do Exército, general Freire Gomes, ele e os ex-comandantes Almir Ganier, da Marinha, e Baptista Junior, da Aeronáutica, foram chamados cerca de 10 vezes por Bolsonaro para reuniões no Palácio do Planalto em novembro e dezembro de 2022. Ele ainda afirmou a pessoas próximas que todas as convocações eram feitas por meio do celular do tenente-coronel Mauro Cid.
Outro ponto alto do depoimento do ex-GSI foi o momento em que ele se exaltou com a relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama, e acabou proferindo palavrões. A reação aconteceu após perguntar se ele acredita em um dos argumentos mais utilizados e defendidos por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro – que as eleições foram fraudadas.
Em resposta à pergunta, Augusto Heleno respondeu que não e Eliziane afirmou que ele havia “mudado de ideia”. Em reação à colocação da parlamentar, o general se irritou e proferiu os palavrões.
Confira o momento em Augusto Heleno se irrita na CPMI do 8 de janeiro:
Ver essa foto no Instagram