Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), através do seu departamento técnico, ao menos 4,75 milhões dos beneficiários do Bolsa Família estão irregulares. O número representa 22,5% das famílias, que não atendiam os requisitos para o recebimento do benefício por inconsistência de renda, composição familiar ou endereço. De acordo com o Tribunal, as irregularidades poderiam gerar um prejuízo de R$ 34 bilhões aos cofres públicos neste ano caso nada fosse feito.
A auditoria foi realizada no CadÚnico (CadastroÚnico) e fiscalizou R$ 285 bilhões de recursos do Bolsa Família entre janeiro de 2019 e junho de 2023. Também foi constatado, por meio de cruzamento de dados do CadÚnico com dados de estados e municípios, a existência de quase 30 mil CPFs inválidos e 283 mil registros com indício de óbito. Em abril, mais de 1,2 milhão de beneficiários tiveram o Bolsa Família bloqueado por desatualizações no cadastro.
O órgão propôs, entre as medidas para sanar os problemas, que sejam estabelecidos sistemas de supervisão e monitoramento das gestões estadual e municipal nas atividades do Cadastro Único.