Vídeos: jogador do ABC persegue moradora em condomínio e é contido por vizinhos; confira o relato da vítima - O POTI

Vídeos: jogador do ABC persegue moradora em condomínio e é contido por vizinhos; confira o relato da vítima

A Polícia militar foi acionada e os envolvidos levados para a Delegacia de Plantão da zona Sul. Foto: Reprodução.

Na noite do último domingo (19), o jogador do ABC Jucimar José Teixeira, o Alemão, protagonizou episódio de perseguição a uma moradora em condomínio localizado em Ponta Negra. Registrado em câmeras de segurança, o atleta aparece conduzindo veículo em velocidade elevada dentro do estacionamento, no encalço do carro da moradora. A situação só parou quando um vizinho, que também trafegava no local, impediu a passagem do jogador.

A situação começa por volta das 22h20, quando o Alemão chega no condomínio em questão e não consegue manobrar seu carro pelo portão de moradores, congestionando o fluxo de veículos. Atrás dele, em dois carros, estão a vítima e seu companheiro, que dá luz alta e buzina para o Alemão. Irritado, ele acelera para a cancela de visitantes. Quando a vítima passa pelo portão de moradores, o jogador passa pela outra cancela e inicia a perseguição.

Nas imagens, é possível ver outros moradores assustados com a situação. Em dado momento, as câmeras mostram o porteiro correndo para tentar impedir o escalonamento da confusão. Imagens de celulares de testemunhas também registraram o momento em que o atleta desce do carro com um cooler de bebidas e uma cerveja na mão e profere xingamentos contra a vítima. De acordo com relatos de testemunhas, ele chega a ameaçá-la: “vou te pegar”.

A Polícia Militar foi acionada e os envolvidos se dirigiram para a Delegacia de Plantão da zona Sul, onde ambos foram ouvidos e a moradora realizou um TCO (termo circunstanciado de ocorrência).

Assista aos vídeos da câmera de segurança:

O que diz a vítima

De acordo com a moradora, o jogador do ABC apresentava indícios de possível embriaguez. “Vínhamos atras dele na via, que é movimentada, e ele trafegava a 20km/h. É uma velocidade incompatível e chega a ser perigosa”, comentou. “Quando ele não conseguiu manobrar pra entrar, eu e meu companheiro ficamos com os carros esperando na avenida e isso também era perigoso pra gente”.

Ela conta que os porteiros chegaram a abrir o portão de saída para que ela fugisse, mas que entendeu que seria pior, pois estaria sozinha e sem testemunhas. “Segui dando voltas completamente aterrorizada, até que um morador buzina para mim, me pedindo para ‘parar a baderna’ e eu abaixo o vidro do carro e grito chorando: ele está me perseguindo! Então, ele coloca o carro no meio e impede o Alemão de passar”.

A vítima informou que tomará as medidas judiciais e de segurança cabíveis. “Estou apavorada. Mas esse é o tipo de situação que, se a gente deixa passar, acaba se repetindo. Não sei o que aconteceria se não tivessem outras pessoas ali”, concluiu.

*O POTI procurou o jogador por meio da assessoria de comunicação do ABC, que informou que ele está participando de um treinamento.

Leia o relato da vítima na íntegra:

 Eu estava voltando pra casa com meu companheiro, cada um em seu carro (eu na frente e ele atrás). Ao chegar na altura do retorno que fica após o Frasqueirão, um ônix branco sem película fez o retorno, seguindo na Avenida Dep. Antônio Florêncio de Queiroz (sentido Pirangi – Ponta Negra).

O ônix branco percorreu a distância do retorno até chegar na entrada do condomínio com a velocidade máxima de 20 km/h, muito abaixo do mínimo limite permitido na avenida. Eu e meu companheiro nos mantivemos atrás dele, pois seguíamos para mesma direção.

Ao indicar que entraria no condomínio, o condutor não conseguiu manobrar o carro, dando indícios de possível embriaguez. Diante disso, meu companheiro buzinou e deu luz alta para alertar que havia outros carros na espera e que estavam parados no meio da avenida, podendo causar acidente.

No momento da buzina, o condutor imediatamente tentou identificar o motorista do carro logo atrás do dele (o meu), acreditando ter sido quem havia buzinado. Identificando ser uma mulher, dirigiu-se para a cancela de visitantes e eu fui para a de moradores.

Mantive minha janela fechada a todo momento, porém, ao cruzar nossos carros, percebi que Alemão havia baixado seu vidro e gritava balançando os braços em minha direção.

 Entrei no condomínio e, ao olhar pelo retrovisor do carro, notei que o ônix branco arrancou com tudo para entrar no condomínio também. Neste momento, Alemão colocou em risco um entregador de lanches, para quem a cancela de visitantes na verdade tinha sido aberta. A partida no carro foi absurda. As imagens de segurança mostram este momento e, sinceramente, foi assustador.

Quando vi a situação, não quis ir para o estacionamento coberto e dei a volta, mas ele veio acelerando atrás de mim. Começou a me perseguir entre os canteiros e dentro do estacionamento de visitantes.

Nas imagens, é possível ver que o portão de saída do condomínio é aberto para favorecer a minha saída, mas isso não foi algo que cogitei. Afinal, indo para rua, ele me perseguiria incansavelmente e eu estaria só, podendo sofrer algum acidente ou até mesmo sofrer alguma agressão, já que não haveria ninguém olhando.

Segui dando voltas completamente aterrorizada, até que um morador que passava buzina para mim, me pedindo para ‘parar a baderna’ e eu abaixo o vidro do carro e grito chorando: ELE ESTÁ ME PERSEGUINDO!!!

Após essa breve conversa, o morador para seu carro de forma a impedir o Alemão de continuar me seguindo. Neste momento, meu companheiro também havia estacionado e se dirigia em direção ao carro de Alemão. E foi apenas assim que ele finalmente parou a perseguição e desceu do carro (com um cooler e uma cerveja na mão).

Gostaria de ressaltar que, enquanto tudo isso ocorria, haviam pessoas transitando neste local. Mulheres, crianças brincando na quadra de tênis. Ou seja, não só eu estava em risco, mas o motoboy, uma senhora que passeava com seu cachorro, os outros condutores dos carros que entraram em seguida e toda e qualquer pessoa que estivesse ali.

Bom, percebendo que ele havia descido do onix, eu estacionei meu carro no estacionamento de visitantes. Minhas mãos tremiam, minhas pernas tremiam e eu só conseguia chorar. Desci do carro e me certifiquei que ele não vinha em minha direção.

Meu companheiro estava com ele. Ele gritava os piores palavrões, me ameaçava. Os moradores e seguranças do condomínio, bem como a síndica tentavam acalmá-lo, mas ele continuava a gritar, xingando a todos, agindo de forma extremamente debochada, bebendo mais cerveja e fazendo piadas.

Meu companheiro chamou nossos amigos para me ajudar, caso eu passasse mal e precisássemos ir ao hospital ou delegacia.

A PM foi chamada. Ambas as partes foram ouvidas e Alemão afirmou que me perseguiu apenas para me informar que ele era morador do condomínio. Fomos todos para delegacia, onde fiz TCO (termo circunstanciado de ocorrência).”