As projeções para as vendas de Natal de 2023 indicam um aquecimento no varejo brasileiro, com estimativas apontando para um movimento financeiro de R$ 68,97 bilhões, representando um aumento de 5,6% em relação ao ano anterior, descontada a inflação. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), este crescimento, o mais expressivo em quatro anos, sugere uma recuperação significativa do setor.
Apesar desse otimismo, é importante notar que as projeções ainda indicam que o volume de vendas permanecerá abaixo dos níveis pré-pandemia, quando o faturamento superou R$ 70,9 bilhões em 2019.
O destaque deste ano recai sobre o setor de hiper e supermercados, que lidera a movimentação financeira com 38,6% do total, equivalendo a R$ 25,12 bilhões. Em segundo lugar, os estabelecimentos especializados em vestuário, calçados e acessórios devem responder por 33,9%, totalizando R$ 22,03 bilhões, enquanto as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico ocupam a terceira posição, com 12,6% ou R$ 8,19 bilhões.
Em média, as vendas no varejo aumentam 25% na transição de novembro para dezembro, com destaque para roupas e acessórios, que apresentam um aumento de 80%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca o cenário favorável ao aumento das vendas neste final de ano, atribuindo-o às condições propícias de consumo. A ampliação do potencial de consumo, aliada ao início do processo de flexibilização da política monetária e à redução da taxa básica de juros, tem impulsionado os gastos dos consumidores, conforme observado por Tadros.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua revelam um crescimento de 5% na massa real de rendimentos no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, corroborando a perspectiva positiva para o varejo.