As adoções no estado do Rio Grande do Norte apresentaram um crescimento de 47% ao comparar os dados entre os anos de 2023 e 2022, revela um levantamento da Coordenadoria da Infância e Juventude do Poder Judiciário potiguar (CEJI/TJRN).
No ano anterior, foram registradas 34 adoções, representando dois terços do total computado no atual exercício. Os números mais recentes indicam um total de 50 adoções em 2023, marcando um aumento notável algumas semanas antes do encerramento do ano.
Ao analisar a questão étnica, observa-se que crianças e adolescentes pardos são predominantes nas adoções realizadas por casais ou indivíduos aptos a adotar. O comparativo entre 2022 e 2023 revela um aumento de 40% no número de adoções, sendo registrado apenas um caso de adoção de uma criança da cor preta este ano.
“Infelizmente, ainda existe a preferência pelos pretendentes à adoção, por crianças brancas, pardas e recém-nascidas. É uma realidade não apenas no Rio Grande do Norte mas, em todo o Brasil. De acordo com o Relatório Estatístico Nacional do CNJ, de 35.813 pretendentes à adoção, apenas 2.180 aceitam crianças de cor preta. Por isso, a necessidade, permanente, de campanhas de sensibilização. Adotar é um ato de amor”, afirma o juiz coordenador do órgão, José Dantas de Paiva.
Outro ponto relevante destacado pelo levantamento da CEIJ é referente à residência dos adotantes. Pessoas residentes em outros estados lideram as adoções, promovendo o que é conhecido como adoção nacional. O incremento nesse segmento foi de aproximadamente 40%, passando de 21 para 29 casos.
Em termos de frequência mensal, também houve um aumento. Enquanto em 2022 a média mensal de adoções no estado foi de 2,83 casos, este ano o índice subiu para 4,16 episódios.
Quando se observa a faixa etária, nota-se uma prevalência de adoções de crianças com idade entre 0 e 3 anos. O número cresceu de 19 para 27 casos, representando um salto pouco superior a 40%.