Uma abordagem policial realizada no último sábado (26), na Zona Norte de Natal, tem causado revolta em moradores da cidade e pessoas de todo o país. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a Polícia Militar do estado fazendo uma abordagem truculenta durante uma batalha de rimas, onde aconteciam as seletivas para as disputas nacionais de rap. Confira o vídeo:
O evento foi promovido pelo coletivo “Batalha Clandestina”, que integra a cena do rap na Zona Norte de Natal. O grupo estava sediando a 4ª pré-seletiva do Rio Grande do Norte para o Duelo Nacional de MC’s, maior competição nacional de freestyle.
Nos registros, policiais não identificados abordam diversos jovens, fazem ameaças e agridem um dos artistas presentes com um tapa, após o mesmo dizer “Oxe”. Segundo comunicado oficial do coletivo, a batalha acontecia normalmente quando ocorreu a ação: “Com uma programação diversa de muito Hip Hop, um público que continha jovens, crianças e mulheres, inclusive grávidas, o evento estava sendo transmitido ao vivo do começo ao fim nas redes sociais. Mas foi interrompido pela abordagem da polícia militar, que não se conteve em fazer seu trabalho e partiu, de forma totalmente arbitrária e autoritária, para agressão contra um companheiro artista que, nessa noite, se apresentou com um pocket show de Rap”, diz a nota de repúdio. Apesar do ocorrido, o evento seguiu normalmente após a abordagem.
A ação da PM foi duramente criticada por fãs de rap e artistas em todo o Brasil. O Portal Rap Nacional (instagram.com/rapnacionalofficial), que acumula mais de 500 mil de seguidores nas redes sociais, publicou o vídeo como uma forma de denúncia, fazendo com que o conteúdo tomasse proporções nacionais. O famoso rapper MV Bill comentou na publicação:
Parlamentares potiguares também teceram críticas aos policiais. A deputada federal Natália Bonavides e a vereadora de Natal, Brisa Bracchi, denunciaram o caso em suas redes sociais, qualificando como violência contra a juventude negra:
Pedro Gorki, ativista e suplente de vereador (PCdoB) também publicou o vídeo em suas redes, pedindo por justiça:
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte ainda não disponibilizou um comunicado oficial sobre o caso.