Hoje, quero trazer à tona uma personalidade que, por vezes, parece esquecida nos confins da nossa história: Auta de Sousa. Em meio aos valores culturais, políticos e intelectuais que permeiam o Rio Grande do Norte, Auta de Sousa surge como uma figura emblemática, uma poetisa que merece ser lembrada e celebrada.
Irmã de Henrique Casticiano, vice-governador e fundador da Escola Doméstica, e de Elói de Sousa, renomado escritor que abordou a temática da seca, inclusive sendo um dos mais ativos senadores da história potiguar, traz consigo uma história fascinante e rica em nuances.
Não é apenas por seu talento literário que Auta de Sousa se destaca, mas também pela sua trajetória pessoal. Originária de uma época em que a sociedade macaibense passava por processos de branqueamento, Auta, uma mulher negra e frágil, enfrentou desafios, inclusive na busca por um relacionamento amoroso. Seus irmãos, preocupados com a possível união, não aprovaram a ideia e logo trataram de pôr fim ao suposto namoro.
A escrita de Auta de Sousa transcende aos limites do tempo e do espaço. Suas letras, histórias e narrativas foram musicalizadas desde o final do século XIX, ecoando não apenas no Rio Grande do Norte, mas também alcançando terras distantes, como o Rio Grande do Sul e o Amazonas. Muitos poetas e cantores, talvez sem que saibamos, foram tocados e inspirados por suas palavras.
Hoje, vemos o nome de Auta de Sousa perpetuado em escolas, centros espíritas e em nossa memória coletiva. No entanto, é crucial construir não apenas a figura dela, mas também outros clássicos da história e da poesia potiguar. Ao fazermos isso, contribuímos para a edificação e fortalecimento da identidade do Rio Grande do Norte, mostrando ao mundo a riqueza de nossa cultura.
Para entender melhor, confira o vídeo de hoje do Henriquecendo:
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