Segundo um levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Brasil é o país com o maior número de registros de dengue nas Américas, concentrando aproximadamente 83% dos casos. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 237% nas ocorrências, totalizando mais de 3 milhões de casos e mais de 1.200 óbitos confirmados devido a complicações relacionadas à doença.
Diante dessa realidade, diversos estados brasileiros têm declarado estado de emergência em saúde pública, evidenciando a necessidade urgente de mobilização coletiva para combater a dengue e conter a propagação do mosquito Aedes aegypti.
A infectologista e epidemiologista Sílvia Fonseca, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), enfatiza a importância das medidas preventivas para evitar a transmissão da doença. Além da eliminação dos focos de mosquitos próximos às residências, como recipientes que acumulam água, a aplicação de repelentes conforme as instruções dos fabricantes também é recomendada.
Entretanto, é essencial ressaltar que o uso de repelentes não é aconselhado para bebês e crianças pequenas. Em situações de viagem para áreas com transmissão de dengue, é sugerido o uso de roupas que cubram os braços e as pernas, mesmo em dias quentes, como medida adicional de proteção.
A Dra. Sílvia Fonseca descreve a dengue como uma doença que apresenta uma “ampla variedade de manifestações clínicas, desde casos assintomáticos até quadros graves que podem resultar em óbito”. De acordo com ela, os sintomas mais comuns incluem febre elevada, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, falta de apetite, náusea e diarreia. Em casos graves, os sintomas são mais intensos, com indisposição acentuada e possíveis complicações como dor abdominal intensa e diminuição da produção de urina.
Outras manifestações da dengue podem incluir tontura, sonolência, vômitos persistentes e sangramentos espontâneos, como nasais ou gengivais.
No tratamento da dengue, a hidratação desempenha um papel fundamental na recuperação do paciente. A médica recomenda a ingestão abundante de líquidos, preferencialmente água e sucos, com pelo menos 1 litro de soro de reidratação por dia, o que pode incluir soro caseiro.
Quanto às crianças, a especialista alerta para a necessidade de atenção especial, já que os sintomas podem não ser tão evidentes. Em casos de dúvida, é recomendado que os responsáveis levem as crianças ao médico para realização do exame específico para dengue, o NS1.