A Transparência Internacional divulgou o Índice de Percepção da Corrupção de 2023, revelando que o Brasil apresentou uma queda de dois pontos e desceu dez posições em relação ao ano anterior. Com uma pontuação de 36, o país agora ocupa a 104ª posição entre os 180 países avaliados, ao lado da Argélia, Sérvia e Ucrânia.
Os resultados indicam que o Brasil se encontra abaixo das médias globais (43 pontos), regionais das Américas (43 pontos) e da OCDE (66 pontos). A organização explica que o controle jurídico permanece em situação crítica, sendo negligenciado principalmente na independência do sistema de Justiça.
O relatório aponta ainda que os anos do presidente Jair Bolsonaro impactaram negativamente os marcos legais e institucionais anticorrupção, enquanto o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresenta desafios para a reconstrução. Destacam-se a nomeação polêmica do advogado pessoal do presidente para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a escolha do procurador-geral da República, que rompeu com a tradição de seguir a lista tríplice votada pela categoria.
No que diz respeito ao controle social da corrupção, a Transparência Internacional aponta avanços no Brasil. A Controladoria-Geral da União (CGU) reverteu sigilos abusivos e estabeleceu regras para prevenir violações da Lei de Acesso à Informação. Além disso, destaca-se o resgate da governança ambiental, com nomeações técnicas e de lideranças respeitadas internacionalmente, contribuindo para a reorientação do combate ao desmatamento e outros crimes ambientais.
Em resposta, a CGU enfatizou que o governo Lula busca restabelecer a estrutura dos conselhos de políticas públicas e espaços essenciais para a prevenção e controle da corrupção. A nota ressalta a complexidade do fenômeno da corrupção e pede cautela na interpretação de índices baseados em percepção.
No ranking de 2023, a Dinamarca lidera com 90 pontos, seguida por Nova Zelândia, Noruega e Cingapura. Os piores desempenhos foram registrados pela Somália (11 pontos), Venezuela, Síria e Sudão do Sul (13 pontos cada) e Iêmen (16 pontos).