Um estudo divulgado pela Fundação João Pinheiro (FJP) revelou que o déficit habitacional no Brasil atingiu a marca de 6 milhões de domicílios em 2022, representando 8,3% do total de habitações ocupadas no país. Esse número representa um aumento de cerca de 4,2% em comparação com 2019.
Os dados foram obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
O estudo aponta que a maior parte do déficit habitacional está nas famílias com renda domiciliar de até dois salários mínimos, sendo a Faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal responsável por 74,5% desses casos.
Um dos principais fatores que contribuem para o déficit habitacional é o ônus excessivo com aluguel urbano, afetando famílias com renda domiciliar de até três salários mínimos, que gastam mais de 30% de sua renda com aluguel. Esse componente representa mais da metade do déficit habitacional, totalizando 3.242.780 domicílios.
O estudo também mostra que as mulheres são responsáveis por 62,6% dos domicílios deficitários, enquanto pessoas negras, exceto na região Sul do Brasil, são maioria em praticamente todos os componentes do déficit habitacional.
Regionalmente, o déficit habitacional é distribuído da seguinte forma: 773.329 no Norte do Brasil; 1.761.032 no Nordeste; 499.685 no Centro-Oeste; 2.433.642 no Sudeste e 737.626 na região Sul.
Em regiões como o Norte e o Nordeste, as habitações precárias, como domicílios improvisados ou rústicos, são os principais componentes do déficit habitacional, enquanto no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, o ônus excessivo com aluguel urbano predomina.