O Brasil inicia um capítulo histórico em astronomia ao integrar o consórcio internacional que administra o supertelescópio do projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST), que visa mapear o céu do hemisfério sul durante os próximos dez anos. Este projeto colossal, avaliado em cerca de US$ 1 bilhão, envolve parcerias com os Estados Unidos, Chile e 43 grupos de pesquisa de 28 países.
Instalado no Cerro Pachón, Chile, o supertelescópio de 8,4 metros de diâmetro, equipado com a maior câmera digital do mundo com 3,2 bilhões de pixels, promete revolucionar nossa compreensão do universo. Durante dez anos, todas as noites, o telescópio capturará imagens detalhadas do céu, contribuindo para um vasto acervo de dados que será compartilhado globalmente.
O Brasil, por meio de um acordo com o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), e a colaboração do SLAC National Accelerator Laboratory, associado à Universidade Stanford, será responsável pela gestão de um significativo centro de dados. Este centro, parte de uma rede mundial, será essencial para armazenar e processar uma fração dos dados gerados, que anualmente incluirão um catálogo com dezenas de bilhões de objetos celestes.
Este projeto não só colocará o Brasil na vanguarda da pesquisa astronômica global como também permitirá avanços significativos em tecnologia de informação e inteligência artificial, essenciais para lidar com o volume colossal de dados que o LSST produzirá.
Segundo o astrofísico Luiz Nicolaci da Costa, diretor do LineA, este esforço monumental não apenas aprimorará nossa compreensão do universo mas também contribuirá para a pesquisa da energia escura, que influencia a expansão acelerada do universo. A participação de 170 pesquisadores brasileiros, principalmente jovens, no projeto oferece uma oportunidade única para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.
A associação do Brasil com o Observatório Vera C. Rubin, que gerencia o LSST, reflete o compromisso contínuo com a excelência em pesquisa e desenvolvimento, uma parceria que começou em 2015 e promete rendimentos científicos e tecnológicos por muitos anos.