Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o comércio brasileiro enfrentará um prejuízo de R$ 27,92 bilhões em 2024 devido aos feriados nacionais. Apesar de ser 4% menor do que em 2023, quando o prejuízo alcançou R$ 28,99 bilhões, o impacto ainda é significativo. Em média, cada feriado durante dias úteis em 2023 gerou um prejuízo de R$ 3,22 bilhões ao setor varejista.
A principal novidade no calendário é a inclusão do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, totalizando 10 feriados nacionais em 2024. Embora a incidência dos feriados em dias úteis beneficie o setor do turismo, o comércio enfrenta desafios, como a queda no nível de atividade e o aumento dos custos de operação.
“Nossos segmentos ligados ao turismo se beneficiam desse calendário, o que é muito positivo. Mas segmentos econômicos como o varejo registram perdas com lojas fechadas e menor movimentação de público“, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
De acordo com a CNC, supermercados e o setor automotivo lideram as perdas, respondendo por quase metade (40%) do prejuízo estimado. Cada feriado reduz a rentabilidade anual média do comércio em 1,29%, impactando o excedente operacional do setor em 9%. Os segmentos com maior relação folha/faturamento, como hiper e supermercados, enfrentam os maiores desafios, concentrando mais de 44% da folha de pagamentos do comércio brasileiro.
O economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, explica que, “mesmo com a possibilidade de vendas parcialmente compensadas nos dias próximos aos feriados, o peso elevado dos gastos com pessoal é a principal fonte dos prejuízos”. Além disso, a nova portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, que autoriza o trabalho em domingos e feriados mediante negociações coletivas, pode dificultar a abertura dos estabelecimentos em dias considerados não úteis.