A comunidade Ballroom do Rio Grande do Norte, que tem crescido a cada dia e atraído holofotes para a cultura LGBTQIAP+, promove neste sábado (2) o Baby Miniball, no Clube Frisson, localizado na Rua Chile. A entrada é gratuita e o evento terá quatro categorias competitivas com premiação: Runway Beginners, NB Realness (exclusiva para pessoas não-binárias), Bizarre e Baby Vogue. Os prêmios para cada categoria variam de R$40,00 a R$60,00.
Este será o primeiro evento organizado pelas chamadas 007’s, participantes que não estão vinculadas à nenhuma das casas (grupos) e que são consideradas iniciantes. Uma ótima oportunidade para quem é novo no segmento e deseja começar a acompanhar e competir. Ace 007, uma das organizadoras do evento, comenta sobre a importância do miniball:
“Nossa cena é muito nova, obviamente nem todas as pessoas que querem fazer parte dos bailes possuem uma casa, dessa forma a ideia dessa Ball, desde a temática, é fomentar que novos rostos comecem a caminhar e a conhecer o que é a Ballroom do estado. Nossa Ball é toda organizada por 007’s e temos grandes expectativas para o dia do evento”.
O Ballroom é um ambiente seguro e acolhedor para pessoas da comunidade LGBTQIAP+, mas não deixa de estar aberto para outros públicos que desejam conhecer a cultura e se impressionar com a gama de talentos que a mesma promove.
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O que é o Ballroom?
Por Gil Araújo
A cultura Ballroom, oriunda das comunidades negras e latinas de Nova York na década de 1980, é uma expressão artística LGBTQIAP+ que alcançou reconhecimento global. Destacando a autenticidade, diversidade e moda, esse movimento oferece um espaço seguro para a manifestação de identidades. No Rio Grande do Norte, a comunidade Ballroom é relativamente nova. Lideranças como a Casixtranha e a Casa de Acúenda têm dinamizado a cena por meio de treinos e oficinas, além de terem organizado a primeira Ball do estado, que aconteceu no último ano.
Nas Balls as pessoas que caminham competem desde o voguing, uma forma altamente estilizada de dança inspirada em poses de capa de revista, até desfiles de moda e desafios estéticos. Cada categoria proporciona aos competidores a oportunidade de exibirem sua singularidade e talento de diversas maneiras.
As “casas” desempenham um papel crucial na cultura Ballroom, servindo como pilares essenciais dessa comunidade. Além de grupos, são consideradas famílias escolhidas, oferecendo apoio, mentoria e um sentido de pertencimento aos membros. Cada casa possui sua própria hierarquia e história, geralmente liderada por mães ou pais que orientam os participantes em competições de voguing e desfiles. Esses espaços proporcionam um ambiente seguro e acolhedor para pessoas de todas as orientações de gênero, sexualidade e etnias expressarem sua autenticidade. Nas Balls, há também aqueles que não estão associados a nenhuma casa, mas desejam competir. São conhecidos como free agents. Costumam adotar o termo “007” em vez do sobrenome de uma casa, ao se identificarem.